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Ano bom, ano ruim

Se a crise econômica deu motivos a muitos para torcerem pelo fim de 2016, na política vai deixar saudades para alguns felizardos. É o caso dos prefeitos Luciano Cartaxo (João Pessoa) e Romero Rodrigues (Campina Grande), por conta das vitórias maiúsculas obtidas nas urnas; do senador Cássio Cunha Lima, consolidado como liderança nacional do PSDB; e do senador Raimundo Lira, que após longo exílio da política, ganhou holofotes com o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Se uns ganham, outros perdem. No Brasil, o PT perdeu a Presidência da República e a maioria das prefeituras que comandava. Seus opositores ascenderam ao poder com Michel Temer. Na Paraíba, o prejuízo foi para o governador Ricardo Coutinho, que tinha uma aliada no Palácio do Planalto e agora vê seus adversários robustecidos pelo novo governo e tonificados pelas urnas.

2016 foi excepcionalmente generoso com os partidos que fazem oposição a Ricardo Coutinho, que a partir deste domingo vão governar 71% dos paraibanos, ou 2.847.898 cidadãos. Elegeram 126 prefeitos, contra 97 do PSB e aliados, que vão administrar para 1.151.517.

Das 10 maiores cidades do Estado – que juntas somam 41,17% dos eleitores da Paraíba – a oposição ganhou em oito: João Pessoa, Campina Grande, Santa Rita, Bayeux, Patos, Cajazeiras, Cabedelo e Guarabira. O PSB conquistou Sousa e manteve Sapé.

O ano foi esplendido para Luciano Cartaxo, que conseguiu o que parecia impossível: enfrentou e venceu a influência de Ricardo Coutinho e o projeto do PSB em João Pessoa, de uma só vez, e no 1° turno. E ainda reuniu no seu projeto os senadores Cássio e José Maranhão, que estavam rompidos há 19 anos.

O ano não foi bom para Adriano Galdino, que como candidato do PSB a prefeito de Campina Grande, mesmo com o apoio de Ricardo, não conseguiu 10 mil votos. Foi péssimo para os Motta de Patos – a prefeita Francisca perdeu o cargo, a filha Illana e o genro e prefeito Renê Maroca estão enfrentando processo judicial, o e deputado Nabor foi derrotado na eleição municipal. Tudo isso forçou recolhimento do deputado federal Hugo Motta, que estava em franco crescimento no cenário nacional.

Para quem não gostou de 2016 resta a certeza de que política é dinâmica. 2017 chegará com infinitas possibilidades.

TORPEDO

As alianças mostraram que ninguém tem hegemonia política para vencer sozinho na Paraíba. O PMDB foi decisivo no resultado final da eleição de 2014. Nós vencemos no 1° turno. No 2° turno, o apoio do PMDB a Ricardo foi decisivo.

Do senador Cássio Cunha Lima, sobre o valor da Frente de Oposição formada pelo PSDB, PMDB e PSD, que deseja manter para 2018.

Incomodou

Ao invés de unir, o jantar de confraternização do PMDB pode levar a um racha. Veneziano Vital do Rêgo sustenta que não foi convidado e não gostou de ver José Maranhão recepcionando seus adversários paroquiais.

Aliança

O senador Cássio, o filho Pedro Cunha Lima (PSDB), o deputado Rômulo Gouveia e o prefeito Luciano Cartaxo (PSD) festejaram o bom ano com o PMDB, com quem fizeram aliança vitoriosa em João Pessoa.

Boas relações

Dois coelhos com uma cajadada só: Ricardo Coutinho vai tirar oito dias para relaxar e ainda fará a política da boa vizinhança com Legislativo e Judiciário, cujos presidentes vão ocupar o seu cargo por quatro dias, cada.

Volta por cima

O ainda vice-prefeito da capital Nonato Bandeira vai assumir a Chefia de Gabinete do Governo. Ganha Ricardo Coutinho, pois é político de visão, articulador habilidoso, e conhece e é conhecido em toda a Paraíba.

ZIGUE-ZAGUE

Os prefeitos bem que tentaram junto ao presidente Michel Temer antecipar a liberação dos recursos da multa da repatriação. O TCU não concordou.

Os que estão saindo não poderão pagar o que queriam, mas os valores contarão para efeito de contabilidade e LRF. Os da Paraiba vão receber R$ 143,7 milhões.

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