Torço o tempo todo pelo Brasil.
Uma torcida que passa, necessariamente, pela modernização do País.
E em todas as esferas – nas leis, nas relações de trabalho, na política, nas gestões públicas e privadas.
Todos os movimentos nessa direção asfaltam, no meu entendimento, a trajetória de uma nação que pretende (e efetivamente pode) ocupar espaços mais privilegiados no cenário internacional.
Assisto, porém, uma parcela da população – notadamente aquela que se aninha nas ultrapassadas doutrinas de esquerda, com seus pesos protecionistas e conservadores – se posicionando contra esse sopro de modernidade.
Essa casta atua na contramão da maré que corre o mundo com interesses óbvios de manutenção de inconfessáveis privilégios – mesmo que isto signifique sugar à exaustão as tetas da pátria mãe gentil; mesmo que o preço a pagar seja a estagnação do País.
Vez por outra, contudo, eles são apanhados em flagrante contradição.
E isto ocorre quando o atraso cobra a conta na bandeira dois.
Exemplo ilustrativo ocorre no instante em que o atraso tenta atingir o serviço Uber, o sistema de transporte solicitado pela internet que chegou ao Brasil oferecendo preços mais competitivos que os táxis.
Aqui um parêntese: nada contra o serviço de táxis e muito menos contra taxistas, entre os quais tenho bons amigos. Mas resta evidente (especialmente pós-Uber) que este é um serviço carente de remodelagem.
Ao invés de fazer esta autocrítica e projetar mudanças, contudo, o segmento partiu para a inviabilização do concorrente.
Projeto de lei proposto por um grupo de deputados – Carlos Zarattini (PT-SP), Luiz Carlos Ramos (PTN-RJ), Osmar Serraglio (PMDB-PR), Renata Abreu (PTN-SP), Laudivio Carvalho (SD-MG) e Rôney Nemer (PP-DF) – enquadra o Uber e “quebra” seu modelo de atuação.
A modernidade, mais uma vez, encontra resistência.
O fato curioso é que, pelo menos desta vez, a turma do atraso chiou. E alto.
Como boa parte usa o serviço Uber, a reação foi imediata: pelas redes sociais, manifestaram contrariedade explícita contra o enquadramento do serviço e defenderam – imagine você – a modernização dos serviços de transporte.
A antimodernidade, definitivamente, está doendo no calo da turma ideologicamente (?) contrária ao fluxo de novidades que aportam no cenário brasileiro.
Obrigando, pela primeira vez, a turma do não dizer sim para o novo.
Moral da história:
No pelotão do não só uma pequena distância separa o desejo entre o novo e o velho; entre a modernidade e o atraso:
A sua própria conveniência!