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Aumento de R$ 17 no salário mínimo causa indignação

A alta de R$ 17 no salário mínimo é alvo de críticas e de análises. Foi divulgado recentemente que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial, voltou a avançar no último mês, passando de 0,32% em novembro para 0,35%, em dezembro. Com isso, o índice acumulou, em 2017, alta de 2,94%, a menor desde 1998, quando havia registrado 1,66%, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O especialista em educação financeira, Reinaldo Domingos, comentou sobre o assunto. “A pergunta que faço é: será que essa é a real inflação que você observou nesse ano? Digo isso por ter claro que o impacto da alta dos preços para população é muito maior do que os números oficiais apontam. Para que se tenha essa certeza é muito simples, basta fazer uma comparação de seus gastos cotidianos desse mês de janeiro com o do mês de janeiro de 2017”.

Foram muitos os produtos que subiram acima de 2,94%, tendo como destaque o combustível, que eleva outros valores também, por o país ser dependente das rodovias para o escoamento de produtos.

“Volto a necessidade de análise dos gastos. Ocorre que as pessoas não possuem o costume de anotar os valores que utilizam. Por isso, recomendo que a partir de agora passe a fazer esse exercício, utilizando um apontamento de despesas. Faça isso por apenas um mês durante o ano se tiver renda fixa e até três vezes se for variável”, alertou o especialista.

Ele continua. “Isso é importante para que perceba aonde vão todos os valores e que se perceba também o que está apresentando um efetivo aumento no decorrer dos anos. Por fim, haverá o benefício de eliminar gastos desnecessários que minimizam sua capacidade de poupar e realizar sonhos”.

Ao perceber o real impacto da inflação, pode-se também observar que o aumento recente do mínimo será ainda mais ínfimo, passando de R$ 937 para R$ 954, um aumento de R$ 17 (1,81%).

“Como dito, existem outras formas de economizar, se a pessoa equilibrar as contas e reduzir excessos, é possível sobrar mais que esses R$ 17, o que daí sim tornará viável planejar algo. Mas, não se deve esquecer que chegam junto com o ano novo diversas contas– IPVA, IPTU, matrícula e material escolar, entre outras. Por isso, esse é o período ideal para promover uma “faxina” financeira no orçamento, com o objetivo de diagnosticar a atual situação das contas e decidir o que fazer”, disse Reinaldo.

Salário mínimo

O novo salário mínimo começou a valer nessa segunda-feira (1º). Decreto assinado pelo presidente no último dia 29 fixou o valor em R$ 954, um aumento de R$ 17. É o menor reajuste do salário mínimo em 24 anos. O valor é inferior ao estimado anteriormente pelo governo, que era R$ 965.

O reajuste foi mais baixo porque a fórmula de correção leva em conta a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Como o resultado do PIB de 2016 foi negativo, o reajuste do salário mínimo foi calculado apenas pelo INPC, estimado pelo governo em 1,81%.

Para o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o novo valor do salário mínimo para 2018 foi determinado pela aplicação da lei, e não por escolha política. “O salário mínimo basicamente está definido por lei. A questão é apenas como calcular exatamente a aplicação dos índices de inflação. Porque o salário mínimo é definido por crescimento do PIB e inflação. Então é meramente uma questão de definir esses itens”, disse Meirelles em outubro, ao participar de evento em São Paulo.

Cerca de 45 milhões de pessoas no Brasil recebem o salário mínimo, entre aposentados e pensionistas, cujos benefícios são, ao menos em parte, pagos pelo governo federal. A atual fórmula de reajuste do salário mínimo foi criada em 2012, ainda no governo da então presidente Dilma Rousseff, e deve valer até 2019. Como o reajuste ficou abaixo da estimativa anterior, o governo deve economizar cerca de R$ 3,3 bilhões em gastos este ano.

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