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Boi de Reis e Maculel? encerram programa??o de cultura popular em Tamba?

O último dia de programação de cultura popular do Extremo Cultural – Onde o Som Toca Primeiro no Largo da Gameleira, em Tambaú, neste sábado (31), traz a apresentação do Boi de Reis Estrela do Norte, do Bairro dos Novais, e o Maculelê do Grupo de Capoeira Angola Comunidade, de Oitizeiro. As atrações, gratuitas, começam às 17h.

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Boi de Reis

Comandado por José Vicente do Nascimento Pereira, o Mestre Pirralhinho, da quinta geração de brincantes, o Boi de Reis Estrela do Norte apresentará ao público personagens que, desde a história medieval, compõem o imaginário religioso e pagão da cultura ocidental.

Fundado há 18 anos e hoje com 35 integrantes, o grupo foi inspirado no bisavô de Pirralhinho, Mestre Lino Ventura, que brincava em Bayeux, na Grande João Pessoa, e ensinou a João do Boi, o seu avô. De geração em geração, o folguedo, de origem portuguesa, entrosa filhos, genros, noras, primos e netos. Pirralhinho começou a brincar aos 5 anos, como “Mateus”, com o Mestre Gasosa, já falecido. “Hoje me orgulho em representar o único grupo folclórico da região, que faz as próprias vestimentas e figuras dos brincantes”, pontua.

Inspirado no boi de reis do Nordeste, o folguedo se desdobrou em boi-bumbá, ou bumba-meu-boi, e se difundiu pelo Brasil de acordo com os processos de colonização e povoamento dos estados, por ocasião da construção da estrada de ferro Madeira-Marmoré. Adaptou-se às condições locais e à indumentária e letras do universo indígena.

Insere-se no ciclo natalino, junino ou mesmo carnavalesco e, na ampla variedade de suas encenações, o tema da morte e ressurreição emergem. Em torno do episódio dramático, agregam-se vários personagens, como galantes e damas, o Mateus, o cavalo e a Jaraguá. “O boi é o resgate da nossa cultura de origens”, resume Tony Silva, o primeiro galante. A apresentação também convida o público à dança no ato final.

Maculelê

O maculelê é uma manifestação cultural nascida na cidade de Santo Amaro da Purificação (BA), berço também da capoeira. É uma expressão teatral que conta, através da dança e de cânticos, a lenda de um jovem guerreiro, que sozinho conseguiu defender a sua tribo de um ataque rival usando apenas dois pedaços de pau, sagrando-se, por fim, herói.

A sua origem é controversa. Uns atribuem à África, outros aos índios brasileiros, ou mesmo à mistura dos dois. Mestre Popó, tido como pai do maculelê, credita à arte guerreira é um legado escravista. A lenda em torno do seu surgimento também comporta várias versões. “Numa delas, conta-se que Maculelê era um guerreiro, que por questões de obrigações religiosas, não pôde acompanhar os demais numa missão de caça. A sua aldeia foi atacada por uma tribo inimiga e ele morreu lutando, armado de maculelês. Acabou ressuscitado graças às orações de um feiticeiro”, conta Emilson Ribeiro, coordenador da Divisão de Cultura Popular da Funjope.

O maculelê é comandado pelo Mestre Naldinho, um dos mais velhos em atuação na cidade, no Angola Comunidade desde 1980 e formado na Ilha de Itaparica (BA). Ele conta que a arte guarda uma ligação direta com os cultos de matriz africana. “O maculelê utiliza técnicas de esgrima europeia, utilizando bastões, pedaços de cana e facões no lugar de espadas. Um dos seus grandes disseminadores foi ninguém menos que Nelson Mandela, quando estava preso”, informa.

Considerada uma festa “profana” realizada pelos escravos e demais negros forros, por muito tempo, o maculelê foi apresentado nas ruas e praças de Santo Amaro da Purificação e demais cidades do Recôncavo Baiano nos dias de festa da padroeira: 8 de dezembro (consagração de Nossa Senhora da Conceição) e 2 de fevereiro (dia de Yemanjá).

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