Terça-feira, 9 de junho, Palácio do Planalto – no meio da comitiva de dirigentes da CNI lá estava eu, diante da presidente Dilma Rousseff, conferindo in loco o lançamento do Programa de Investimentos em Logística do Governo Federal.
Confesso a você: durante toda a solenidade, mantive os dedos cruzados. Estou torcendo – e muito – pelo Brasil.
Primeiro porque somos todos testemunhas da inapetência, incompetência e total fragilidade dos cofres da União para levar adiante nossas demandas logísticas – uma condição que se materializa de forma ilustrativa bem ao nosso lado, com obras permanentemente postergadas.
A duplicação do trecho paraibano da BR 101 – que demorou oito anos para ser entregue a população e, ao fazê-lo, já foi com parte de sua estrutura em estado deplorável – é exemplo disso.
A integração de águas do Rio São Francisco, cujo epílogo parece ainda distante, também – mesmo sendo uma obra emergencial.
Em segundo plano, minha torcida se situa no fato de que – sem novos e melhorados equipamentos aéreos, ferroviários, portuários e rodoviários – o futuro do País estará irremediavelmente comprometido.
Lançar este pacote de obras – que chegará próximo de R$ 200 bilhões – com o suporte financeiro da iniciativa privada é, sem dúvida, saída corajosa e única de viabilizá-las num governo sem dinheiro.
E é aí que está o xis da questão.
Saí do Palácio do Planalto convencido de que todas as obras listadas pelo Governo Federal são plenamente viáveis financeiramente. O que foi apresentado é bom para a iniciativa privada; melhor ainda para o Brasil.
Será, porém, que a iniciativa privada atenderá a convocação do Brasil?
Mais do que isso: será que este País ainda tem credibilidade – dentro e fora de suas fronteiras – para atrair o investimento privado?
Outra questão: o empresariado nacional – o que sobrou dele sem comprometimento ético e financeiro da devassa do Lava Jato – tem lastro para atender essa convocação?
Este é o desafio que o governo Dilma ousa encarar.
Quanto a mim, sigo com dedos bem cruzados, torcendo fervorosamente, para que o mundo dê ao Brasil mais uma chance de provar que é uma nação de futuro.