Não existe treino que melhor prepare um político para grandes embates do que as disputas paróquias. Na província, todos se conhecem, os “segredos” se transformam nas fofocas mais picantes, e não há regra que limite o que se diz nos debates. Como no estilo de luta que atrai multidões, vale tudo, até a vida pessoal.
E na província esse “treino” tem outro componente: o amigo de sempre pode mudar de lado e virar colaborador bomba do adversário. Se o que revelam é a verdade pura ou maquiada, dificilmente importa no calor de uma campanha. O certo é que causa danos que devem ser enfrentados com rapidez, serenidade e inteligência.
O senador Cássio Cunha Lima passou por esse treinamento nas disputas pela prefeitura de Campina Grande e pelo Palácio da Redenção. Teve sua vida pessoal exposta em redes sociais, enfrentou até boatos de prática de abusos em família e teve que responder na Justiça Eleitoral a inúmeras ações protocoladas por adversários, sendo cassado por conta de um programa social que distribuiu recursos no ano eleitoral.
Com certeza tem experiência para enfrentar os ataques crescentes dos quais está sendo alvo desde que assumiu a liderança do PSDB do Senado e passou a defender a queda da presidente Dilma.
Quem começou foi o PT, questionando sua autoridade para criticar o partido e seus governantes. Depois, sites simpáticos ao PT também miraram o tucano. Mas, desde a apresentação da proposta de realização de novas eleições no país, até apresentadores da importância de uma Renata LoPrete citam sua cassação antes de suas declarações.
O site Pragmatismo Político (www.pragmatismopolitico. com.br) está com a seguinte manchete: “O passado sombrio de um paladino da moral”, no qual historia alguns casos envolvendo o nome de Cássio, inclusive o do Edifício Concorde (dinheiro apreendido pela PF em escritório que estaria comprometido com sua campanha) e informa que está nas mãos de ninguém menos que o juiz federal Sérgio Moro, omesmo da Lava-Jato.
Cássio já enfrentou essa pressão na campanha de 2010, depois quando teve que recorrerão STF para validar sua vitória nas urnas, quando conseguiu tomar posse, e novamente na campanha de 2014. Agora, um déjà vu. Como está na vitrine, terá que lidar com seus efeitos.