O processo foi o mais longo da história do Conselho de Ética, mas o placar mostrou sintonia com o sentimento dos brasileiros. Ainda não acabou. A palavra final será do plenário, mas o parecer aprovado recomenda a cassação do presidente da Casa, Eduardo Cunha, réu em processos da Lava Jato e com prisão requerida ao STF pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Eduardo Cunha ganhou projeção ao se eleger presidente enfrentando o governo e o PT, e ao garantir forte ritmo de trabalho na Câmara dos Deputados. Virou vilão quando foi citado na Lava Jato como um dos favorecidos com propinas oriundas de contratos da Petrobras. Ao se defender, negou ter contas no exterior e a investigação comprovou que mentiu. Foi acusado de quebra de decoro.
O fato de ter admitido a tramitação do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, aprovado pela maioria dos brasileiros, não absolveu Eduardo Cunha, que entrouna lista dos mais rejeitados políticos do País, na qual já estava a presidente Dilma Rousseff.
Desde que ficou claro que a corrupção e a crise econômica não podem ser desvinculadas, os brasileiros têm demonstrado baixa tolerância com qualquer tipo de malfeito. Não têm “bandido preferido” como anuncia um banner muito popular nas redes sociais.
Cunha perdeu uma grande batalha, mas a guerra continua. Serão necessários 257 dos 513 deputados para a efetivação da cassação do seu mandato. Antes, terá direito a recursos na Comissão de Constituição e Justiça. Contudo, o placar do Conselho de Ética é forte indicação. “Ainda há ética entre nós”, dizia cartaz erguido na comemoração do resultado.
A reversão do voto da deputada Tia Eron (PRB), dado como certo pelos aliados de Cunha, foi reveladora. Ela admitiu a pressão popular e preferiu dizer não ao comando do seu partido. Outro que mudou de lado foiWladimir Costa. E fez isso depois de discursar em defesa do ainda Presidente da Câmara, que recebeu o voto fiel de Wellington Roberto (PR), o único paraibano no Conselho de Ética.
Em meio ao forte desgaste dos Poderes provocados pelos casos de corrupção, cresce o grupo que se esforça para restaurar a credibilidade do Legislativo. Ter presidente com ficha limpa será o primeiro passo.
TORPEDO
A responsabilidade que o governador tem com a Paraíba não permite mais esse tipo de debate. Se ele manda uma peça orçamentária conservadora, preservando a mesma execução de 2016, que lógica teria a gente criar um órgão que gerasse despesa para o Estado?
Do deputado Buba Germano (PSB), negando intenção do governo de aprovar a criação do TCM antes do recesso parlamentar.
No mesmo
A LDO 2017 deve ser votada amanhã pelo plenário da Assembleia. Segundo Buba Germano, assegura que nenhum dos Poderes receberá, no próximo ano, valor menor do que o executado em 2016. No limite da crise.
Confronto
Pré-candidato a prefeito de Patos, Nabor Wanderley (PMDB) considera natural o PSB lançar candidato, no caso Érico Djan, mesmo sendo da base de RC. Lá, seu principal opositor é Dinaldo Wanderley (PSDB).
Polêmica
A secretária Daniela Bandeira (Planejamento) confirma que a PMJP seguiu recomendação do Iphaep no que diz respeito ao tamanho e tipo do píer da Lagoa, alterando o projeto original. E disponibilizou documentos.
Polêmica 2
A secretaria respondia a críticas da oposição de que a Prefeitura não entregou o que mostrou em maquete. “O mais importante, no entanto, é que o novo Parque foi entregue e agora faz parte da vida da cidade”.
ZIGUE-ZAGUE
Michel Temer entregará ao Congresso, hoje, a PEC que cria teto para os gastos do governo e estabelece travas para novas despesas em caso de descumprimento.
Prevê proibição de reajuste salarial de servidores; criação de novos cargos ou funções; mudanças na estrutura de carreira; contratação de pessoal e concurso.