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Especialistas divergem sobre a reforma do Ensino Médio e atacam medida provisória

A reforma do Ensino Médio vem causando opiniões divergentes entre especialistas da Paraíba. A medida provisória foi publicada nesta sexta-feira (23) e traz, entre outras mudanças, o aumento da carga horária anual, passando de 800 para 1.400 horas, além de deixar obrigatória apenas as disciplinas de português, matemática e inglês.

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Segundo o Correio Online, o secretário de Educação da Paraíba, Aléssio Trindade, não deixou claro se é a favor ou contra as medidas. Porém, ele reforça que é importante haver uma educação em tempo integral do Ensino Médio e que essas mudanças já são praticadas em outros países.

“O ensino médio tem números difíceis, tem uma evasão alta. Dos estudantes que terminam um ensino médio, apenas 18% ingressam na universidade e 40% nem fazem sequer o Enem. Nessa era de muita tecnologia o ensino médio de conteúdos, de aulas tradicionais, do professor repassando aquela aula, parece que esta perdendo a força. O ensino médio tem que se voltar para o projeto de vida do estudante, isso é um movimento que já existe em muitos países, tem que dialogar com a realidade da vida. O jovem tem uma vontade na vida dele e quando a escola consegue ter uma afinidade com este projeto de vida do estudante, ele não evade da escola, passa a ter uma relação de afeto”, explicou.

Porém, ele ressalta que é preciso ter certo cuidado. “O ensino médio tem que dialogar com o jovem. A formação integral associada à flexibilidade tem que ter este cuidado de dialogar com o interesse do estudante, mas ao mesmo tempo de dar todas as oportunidades de conhecimento para ter uma formação integral”, concluiu.

Já o especialista e diretor do Centro de Educação da Universidade Federal da Paraíba, Wilson Aragão, não vê com bons olhos esta reforma da forma que está sendo apresentada. Um dos pontos abordado por ele é a questão dos recursos para a adequação das escolas para funcionarem em tempo integral.

“São mudanças significativas. É a maior reforma da Lei de Diretrizes Básicas desde 1996, da sua criação. Essas mudanças alteram tanto a LDB, quanto o FUNDEB. Como o governo federal propõe um aumento na carga horária para 1400 horas, vai implicar num aporte de recursos significativos pelos governos estaduais. No primeiro momento, o governo federal pode suprir, mas depois pode ser que faltem recursos”, afirmou.

Para Wilson, o lado positivo destas propostas é a abertura do debate. Porém, ele defende que deveria haver mais diálogo para que essa decisão fosse oficializada.

“É feito sem diálogo. Há uma necessidade de mais diálogo com a sociedade, não é um grupo de técnicos que não pisa em uma sala de aula há 40 anos resolver de uma hora para outra fazer uma reforma gigante. Para mim ela é no mínimo precipitada, há toda uma situação que esta sendo modificada. Para ser sincero torço para que não seja aprovado agora, e que haja um debate maior, um diálogo, ouvir toda a sociedade e não um grupo de pessoas deliberar. Isso pode prejudicar os estudantes e professores”, opinou.

Por fim, ele se mostrou preocupado em relação a não obrigatoriedade de disciplinas como Educação Física, Artes, Sociologia e Filosofia.

“Ele fala em retirar educação física, artes, filosofia e sociologia. O adolescente com 15, 16 anos de repente não vai fazer atividade física na escola. Isso prejudica a saúde do adolescente. Além das artes, filosofia e sociologia. Então o aluno nem tem saúde, nem compreende bem o mundo, e nem tão pouco iniciar nas artes. É uma medida perigosa”, finalizou.

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