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Fabiana aponta suposto autor de insultos racistas e afirma sentir d?

A central Fabiana Claudino, capitã da seleção feminina de vôlei, desabafou em sua conta do Facebook. A atleta revelou que foi alvo de insultos racistas de um torcedor que estava no ginásio do Minas Tênis Clube para acompanhar a partida entre Minas e Sesi na última terça-feira (27).

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— Vivenciar isso é difícil e duro! Vivenciar isso na minha terra, torna tudo pior! Ontem durante o jogo contra o Minas, um senhor disparava uma metralhadora de insultos racistas em minha direção. Era macaca quer banana, macaca joga banana, entre outras ofensas. Esse tipo de ignorância me atingiu especialmente, porque meus familiares estavam assistindo a partida. Ele foi prontamente retirado do ginásio pela direção do Minas Tênis Clube e encaminhado à delegacia. Agradeço a atitude do Minas, em não ser conivente com esse absurdo. Clube este, onde comecei a minha história e onde até hoje tenho pessoas queridas.

Na manhã desta sexta-feira (30), Fabiana voltou a utilizar as redes sociais para agradecer o apoio após o lamentável episódio e ainda apontar o suposto autor do insultos racistas, de quem afirmar sentir dó.

— 27 de Janeiro de 2015, o dia em que fui ofendida com injúrias raciais. Fato este que não me atingiu, porque sei meu valor. A única preocupação que tive era o que este episódio traria para a minha família. Mas Deus age na minha vida de forma muito direta e, de cabeça fria, percebo que esse ato lamentável serviu como momento de reflexão da sociedade em torno do assunto. Eu sou uma figura pública e tenho voz. Mas e os que sofrem com variados preconceitos todos os dias? É a menina negra que é a única a ser revistada no ônibus, é a mulher que ganha um salário menor, mesmo tendo o mesmo cargo que o homem, é o rapaz ou a moça que são agredidos por sua orientação sexual… BASTA! Basta de segregação e desrespeito, basta de PRECONCEITOS! Percebi que a sociedade deu uma lição no senhor que me ofendeu e em todos os intolerantes e preconceituosos espalhados entre nós. Isso foi uma vitória! Vitória porque o tema entrou nas casas de milhões de pessoas, nas mesas de restaurantes e nas conversas familiares. Querem resposta melhor que essa? Quanto à pessoa que me ofendeu, não sei se houve arrependimento, mas eu o perdoo. Não tenho raiva ou mágoa, só tenho pena e dó. Dó do exemplo que ele passa para seus filhos e para os filhos dos outros. Não quero indenização, dinheiro ou incitar linchamentos. Não quero desgaste com idas e vindas dos meus familiares à Delegacia e ao Fórum, para eles já doeu demais. Oro por ele, para que tenha uma transformação de pensamento, que passe a olhar o semelhante com mais amor e respeito. Como estão em falta estas palavras hoje em dia. Usem o ocorrido comigo para disseminar discursos de amor e respeito, de tolerância e solidariedade! Não posso deixar de citar as mais diversas manifestações de apoio e carinho que recebi nas redes sociais, nos sites de notícias e nas ruas. Fico muito agradecida, de coração! Lembrem-se que diante de Deus somos todos iguais! Todos à imagem e semelhança do Criador. Agora, o que me move, é voltar o foco para minha família, meus amigos, meu clube SESI-SP e meu amado país. Beijos do meu tamanho a todos!

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