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Flanelinhas e criminosos aterrorizam quem costuma ir a baladas noturnas em JP

A falta de segurança na região comercial do bairro de Tambaú, na Zona Leste de João Pessoa, vem causando prejuízo a clientes e comerciantes. Casos de assaltos, arrombamento de carros e perseguições contra turistas e moradores são relatados nas redes sociais ao mesmo tempo em que a segurança é questionada. Os criminosos disfarçados de flanelinhas estão entre os mais apontados como responsáveis pela violência na área.

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Nas postagens publicadas no grupo do Facebook ‘Fui assaltado Grande João Pessoa’, clientes que frequentam bares e restaurantes da região pedem por mais segurança e contam sobre assaltos e tentativas de assaltos que sofreram. Usuários que costumam estar nesses locais relatam casos absurdos de assaltos intimidações cometidos por flanelinhas que, em alguns casos, estão armados.


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“Cuidado quem curte a Feirinha de Tambaú e proximidades. No sábado passado eu e mais dois amigos estacionamos o carro por trás do Mercado de Artesanato de Tambaú e quando voltamos para o carro o vidro do passageiro estava estilhaçado, levaram o som e uma mochila”, disse uma das vítimas.

Em outra publicação, um internauta relatou que foi perseguido por dois bandidos armados com uma faca peixeira que estavam tentando assaltar moradores de Tambaú.

“Devem ter sido os mesmos que tentaram me assaltar no domingo. Eu estava praticamente na frente de casa quando eles me abordaram. Eram dois na moto. O de trás, sem capacete, levantou a camisa para puxar uma peixeira. Saí correndo”, relatou outra vítima.

Vítimas e testemunhas relataram casos em Tambaú

Foto: Vítimas e testemunhas relataram casos em Tambaú
Créditos: Reprodução/Facebook

Um estudante de 25 anos disse que estacionou o carro na avenida Antônio Lira, no sábado, 28 de maio, para frequentar um dos bares da região com amigos, e foi intimidado por um flanelinha assim que parou o veículo.

“Deixei meu carro e quando desci com meus amigos, um flanelinha já começou a pedir dinheiro em tom ameaçador. Ele ficava insistindo que os flanelinhas nunca eram lembrados porque quando as festas terminam, as pessoas vão embora cansadas ou bêbadas, sem dar dinheiro a nenhum deles”, contou o jovem, que disse ter dado dinheiro ao flanelinha na entrada e na saída para evitar problemas.

Por volta das 4h da madrugada do domingo, 29 de maio, ele contou que viu um homem, supostamente cúmplice do que o intimidou na chegada, assaltando uma pessoa em um carro. “Ouvimos esse outro desconhecido gritando com o motorista de um carro. Me assustei e perguntei ao flanelinha que eu tinha pago se aquilo era um assalto; ele disse ‘sim, é e ele tá com uma pistola, mas ande’. Seguimos correndo pro carro e acho que esse flanelinha só nos ajudou porque eu dei dinheiro na chegada e na saída”, disse o jovem.

Ele relatou ainda que tentou localizar policiais no trecho até o início da Avenida Epitácio Pessoa, mas não os encontrou, e disse que ligou para o 190, quando foi informado de que a PM iria ao local para fazer rondas.

“Não podemos nem sair de casa mais, hora nenhuma. Se você anda de ônibus, é assaltado; se sai de carro, na tentativa de ter um pouco mais de segurança, também é assaltado. O que vamos fazer?”, finalizou o jovem de 25 anos em relatos ao Portal Correio.

Comerciantes também reclamam

Ao Portal Correio, um funcionário de um dos bares e restaurantes da região relatou que o número de clientes que reclamam de assaltos em Tambaú teve um aumento drástico nos últimos dois anos. Segundo um funcionário, em uma noite, ao menos três clientes reclamam que sofreram tentativa de assalto ou que são intimidados por pessoas estranhas ao estacionar o carro.

“Eu trabalhei aqui em 2012 e era mais tranquilo, os clientes não reclamavam muito de assaltos. Deixei o trabalho após 2012 e retornei neste ano. A quantidade de clientes que relata que já foi ou teve amigos roubados aqui na região é grande. Percebi um aumento muito grande desses relatos quando comparo ao período anterior que trabalhei por aqui”, relatou o funcionário.

Quem também relata os problemas enfrentados pelos comerciantes da região é o gerente de um dos principais bares locais. Segundo ele, a quantidade de usuários de drogas vem transformando Tambaú em um polo de consumo de crack.

“Ainda não temos problemas diretos nem indiretos com os criminosos ou usuários de drogas. Não notamos diminuição no fluxo de clientes e eles também não têm nos relatado medo ou roubos. O que notamos é que a região de Tambaú tem se transformado em um polo de crack. Existem muitos consumidores dessa droga e eles ficam pelas esquinas”, relatou o gerente.

O problema também foi falado por uma empresária da região. Segundo ela, alguns clientes chegam a ficar assustados com a proximidade de usuários de drogas, que abordam pedindo dinheiro.

“São muitos usuários de drogas que ficam dormindo pelas ruas ou abordando insistentemente os clientes que vão chegando no estabelecimento. Isso incomoda porque acabamos tendo queda nas vendas. Antes os comerciantes tinham uma associação para debater o assunto, mas há muito tempo ela acabou. Ficamos dependentes do Estado”, contou a empresário.

Mesmo com a revolta, a empresária entende que as leis acabam beneficiando usuários de drogas que cometem crimes no local. Para ela, a polícia acaba “enxugando gelo”.

“A insegurança não é só aqui, é em toda a cidade. Nós não fomos assaltados, mas os clientes ficam assustados e com medo. Durante o dia passam viaturas por aqui, mas sabemos que a polícia não pode fazer nada, não pode recolher os usuários, não tem um programa para retirá-los das ruas e levá-los para tratamento. A polícia acaba enxugando gelo porque toda vez que pedem para os usuários de drogas saírem da localidade, eles acabam retornando”, disse a empresária.

Problemas também no Centro Histórico

Além da área comercial de Tambaú, o Centro Histórico da Capital também sofre com a falta de segurança. O caso mais recente foi o do cantor Pablo Scobá, assassinado a tiros no dia 6 de maio quando saia de uma apresentação em uma casa de shows. Duas pessoas suspeitas do crime foram detidas.

PM diz que policiamento é feito com base em dados

Ao Portal Correio, a assessoria de comunicação da Polícia Militar contou que o policiamento da área que compreende a Feirinha de Tambaú é efetuado pelas viaturas de radiopatrulha, ciclopatrulha e com segways (veículos elétricos de duas rodas).

Já o policiamento do Centro Histórico também é realizado com radiopatrulha, com reforços radiopatrulha Rotam e da Força Tática do 1º Batalhão da Polícia Militar.

“O policiamento é aplicado com base em análises estatísticas. A Polícia Militar realiza constantes abordagens a pessoas em atitude suspeita em ambos os locais, assim como nos demais pontos turísticos do Estado, efetuando a detenção dos suspeitos quando comprovado o cometimento de crimes, incluindo os crimes de roubo e furto. A ação com relação ao uso de drogas é realizada conforme a legislação em vigor”, afirmou a assessoria.

A PM ainda garantiu que está aberta a receber sugestões por parte dos empresários e da população para melhorar a prevenção de crimes e a preservação da ordem pública.

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