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Judoca convocada para time de refugiados sonha reencontrar família

No Brasil desde 2013, a judoca congolesa Yolande Bukasa Mabika disse que ficou muito emocionada com a sua convocação, anunciada nesta sexta-feira (3), para a delegação de refugiados do Comitê Olímpico Internacional. Outros nove atletas, incluindo seu compatriota Popole Misenga, farão parte do time, que é uma novidade dos jogos de 2016.

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Yolande concedeu muitas entrevistas hoje no Instituto Reação, onde treina para os jogos, e nem teve tempo de conversar com Popole, que também está refugiado no Brasil. Os dois vieram para participar da Copa do Mundo da modalidade, em 2013, mas contam que foram abandonados no hotel pela comissão técnica de seu país.

“É um sonho que vou realizar. Cheguei aqui no Brasil para lutar a Copa do Mundo e não lutei. Estou muito emocionada e muita coisa está voltando na minha cabeça. Nem sei como vou falar. Estou lembrando da minha familia”.

Yolande se separou da família quando sua vila foi bombardeada na República Democrática do Congo, quando ela tinha 10 anos. Depois disso, foi levada com outras crianças para a capital de seu país, e nunca mais teve notícias dos familiares. Ela espera que a visibilidade dos jogos dê mais uma chance de reencontrá-los:

“Vou mudar a vida e procurar a minha família. Um dia, nós todos vamos ficar juntos”, disse ela, que mora em uma casa em Cordovil, na zona norte do Rio, com a ajuda de custos que recebe do COI. “Agora, vou trabalhar muito forte para buscar a medalha, com muito foco e muita coragem”.

Os congoleses são treinados pelo veterano do judô brasileiro Geraldo Bernardes, que também é o treinador de Rafaela Silva e Victor Penalber, convocados para a seleção olímpica brasileira. “É uma sensação muito boa, de muita emoção, saber que eles vão participar, e que esse movimento começa a transformar as vidas deles”, comemora o técnico.

Geraldo disse que eles agora estão na fase de “polimento”, em que é preciso se atentar aos mínimos detalhes, reforçar as regras e conferir a condição psicológica dos atletas. Entre os dias 12 e 17, eles devem ficar concentrados com a seleção brasileira de judô em Pindamonhangaba, para depois ficarem mais separados e se preparem para a possibilidade de, inclusive, enfrentar um dos brasileiros.

“Vai ser a última vez que eles ficarão com a seleção, porque também querem ter a privacidade. Não podemos deixar juntos com atletas com quem podem competir”, diz Geraldo, que conta que treinamentos conjuntos com a seleção já aconteceram outras quatro vezes.

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