O senador do Rio Grande do Sul Paulo Paim (PT), em passagem por João Pessoa nesta quinta-feira (23), pregou pela reestruturação do seu partido, o PT, para que haja mudança na atual gestão da presidente Dilma Rousseff (PT). Em seu terceiro mandado no Senado, o parlamentar não esconde descontentamento com o governo sobre as medidas de ajuste fiscal, sobretudo com aquelas alteraram os direitos trabalhistas.
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Insatisfeito com as políticas adotadas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para segurar a crise do país, ele afirmou que no PT do Rio Grande do Sul foi estabelecida a tese “muda PT para mudar o governo”. “Eu estou nesta expectativa, que a gente mude internamente, para influenciar mais o governo. A política do Levy não nos deixa confortável. Nós queremos que se mude essa política e vá de encontro com a distribuição de renda, com redução principalmente da taxa Selic”, disse.
Recentemente, o parlamentar expôs o descontentamento com a gestão petista ao afirmar que “não era esse o governo que tinha elegido”. Em entrevista ao programa Correio Debate, da Rádio Correio Sat, ele explicou o motivo da declaração. “O me surpreendeu e que me deixou de fato muito constrangido foi nós termos terminado o processo eleitoral e baixou duas medidas provisórias que pegava principalmente os trabalhadores, pegava o pescador, pegava a viúva, pegava a questão do seguro desemprego e pegava o abono também”, afirmou.
Mesmo fazendo parte da base aliada, ele destacou que trabalhou para mudar as medidas provisórias baixadas. “Fizemos o debate e alteramos profundamente. A viúva continua ganhando cem porcento, o seguro desemprego tinha 18 meses e voltou para um na, o pescador não teve nenhum prejuízo e a questão do abono também foi alterada. Foi isso que me causou naquele momento certo impacto e um certo constrangimento”, esclareceu.
Paulo Paim revelou que chegou a ser sugerido, por lideranças do PT, que ele deixasse o partido, já que, estava insatisfeito com administração da presidente. “Eu disse: ‘Eu não tenho problema nenhum’. Eu defendo causas, eu abraço as causas, as causas condizem a minha vida e eu com elas vou tocando. Se tiver que sair eu saio”, contou.
Sem descartar deixar a legenda, o senador afirmou que já recebeu o convite de mais de 30 partidos. “Recebi convite de todos os partidos, mais de 30 convites. Eu continuo dizendo que minha posição é essa: é mudar o PT para mudar o governo”.