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O tsunami Odebrecht

De delação em delação, vão caindo os pilares da política brasileira. E a da Odebrecht mostra o poder de um enorme tsunami, dos que devastam tudo num raio de milhares de quilômetros. O Presidente da República, o Presidente do Senado, o Presidente da Câmara, ministros e líderes do governo foram apontados por Claudio Melo Filho, diretor da empresa, como beneficiários do esquema revelado pela Lava Jato.

A nova cúpula da República, a que substituiu a que caiu por conta do mesmo sistema, está na lista de um diretor que diz que cuidava do “varejo”, pois o “atacado” (os realmente poderosos da época), ficava sob controle do dono, Marcelo Odebrecht, cuja delação ainda está sob sigilo.

Claudio Melo Filho comprometeu todo o alto comando do PMDB: o presidente Michel Temer, o ministro Eliseu Padrilha (que segundo o delator seria o operador dos repasses a Temer), os senadores Renan Calheiros, Romero Jucá (líder do governo), Eunício Oliveira (cotado para futuro presidente do Senado) e Katia Abreu, o ex-ministro Geddel Vieira Lima e seu irmão, o deputado Lúcio Vieira Lima e Eduardo Cunha.

Do PT, reforçou os envolvimentos dos ex-ministros Jaques Wagner, Gilberto Carvalho, Guido Mantega e Antonio Palocci, e o deputado Marco Maia, ex-presidente da Câmara.

Na lista do “varejo”, políticos que defendiam pleitos da empresa: Rodrigo Maia e José Agripino Maia (DEM); deputado Daniel Almeida (PCdoB); Duarte Nogueira (PSDB); senador Ciro Nogueira (PP); senadora Lídice da Mata (PSB); e o deputado Arthur Maia (PPS).

Como beneficiários de Caixa 2, o tucano Arthur Virgilio, os deputados Heráclito Fortes (PSB), Paes Landim (PTB), José Carlos Aleluia (DEM), Jutahy Magalhães (PSDB), e o vice-governador do Rio, Francisco Dornelles (PP). O governador Fernando Pezão (PMDB), teria recebido R$ 23,6 milhões. Na lista “carioca” tem ainda Lindbergh Farias e o prefeito Eduardo Paes.

Fica pior: o texto da MP da Leniência, que beneficiaria empresas investigadas pela Lava Jato, teria sido proposto pela Odebrecht, acertado com o então ministro Jaques Wagner e assinado por Dilma Rousseff.

É o primeiro de 77 depoimentos. Nesse, a atual bancada da Paraíba não foi citada, mas tem Inaldo Leitão, ex-deputado. Pelo que já vazou dos outros, nenhum dos “presidenciáveis” de 2018 escapará. É mesmo o fim do mundo para eles. Para os brasileiros, é oportunidade de recomeço.

TORPEDO

Estes trabalhadores não tiveram como honrar os compromissos por causa da estiagem que já dura cinco anos e é chegada a hora do socorro chegar para que a crise não seja ainda mais grave do que já está para os agricultores.

Do senador Deca (PSDB), sobre a lei sancionada pelo presidente Temer, que autoriza renegociação das dívidas de 1,5 milhão de agricultores.

Retorno

Cássio Cunha Lima aproveita os últimos dias de sua licença do mandato. Vai participar das posses dos prefeitos que ajudou a eleger na Paraíba, em 1° de janeiro, e no dia seguinte reassumirá sua cadeira no Senado Federal.

Holofotes

Janeiro deveria ser de recesso e calmaria, mas em razão das delações da Odebrecht, o clima deve esquentar. Renan Calheiros já tinha admitido autoconvocação do Senado para apreciação de projetos da Agenda Brasil.

Teto dos estados

Pelo acordo fechado com o presidente Temer, os governadores devem mandar as Assembleias, ainda neste mês, proposta de teto para os gastos estaduais, vinculando seu crescimento ao da receita corrente líquida.

Recompensa

Os projetos devem incluir o aumento da alíquota dos servidores para a Previdência, que poderá ser implementado até 2019. O cumprimento da “lição de casa” habilitará o Estado a receber aval para empréstimos.

ZIGUE-ZAGUE

+ Políticos de todas as tendências manifestaram pesar pela morte de Seu Zuzu, o pai do deputado Rômulo Gouveia, cidadão admirado em Campina Grande.

+ Na delação de Claudio Melo Filho (Odebrecht), ao lado do nome do ex-deputado Inaldo Leitão, sem mandato desde janeiro de 2007, a cifra de R$ 100 mil.

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