Apesar de
aliados, o prefeito de João Pessoa não compareceu ao Palácio da Redenção para o
anúncio dos “presentes” do governador Ricardo Coutinho para a cidade – as sete
obras que vai inaugurar em agosto, que somam R$ 128 milhões e incluem o Teatro
Pedra do Reino, a última etapa do Centro de Convenções.
Luciano Cartaxo
estava entregando um ginásio poliesportivo no Funcionários II, onde destacou
não ter preocupação com gradiosidade, mas em dar respostas aos problemas e
melhorar a vida da população. Para o bom entendedor…
A lista de
Ricardo ocupa todo o mês de agosto. Além do Centro de Convenções (dia 5), tem a
reforma e ampliação do Hospital de Trauma (10); Escola Técnica Pastor
João Filho, em Mangabeira (17); Ciretran do
bairro de Valentina Figueiredo (20); nova Central de Polícia (21);
reforma da Escola Mestre Sivuca (24); e o
Trevo das Mangabeiras (31).
Apesar dessa
agenda paralela, um bem-humorado Ricardo Coutinho saiu pela tangente ao
responder perguntas sobre Luciano Cartaxo: “Gosto de vocês [os jornalistas],
mas não vão me fazer brigar com o prefeito Cartaxo”.
A sensação é de
“déjá vu”, de quando os tucanos e pessebistas negavam os problemas que
terminaram por colocá-los em campos opostos em 2014. Se antes erao PSDB quem
cobiçava o Palácio da Redenção, agora temospessebistas de olho na Prefeitura.
Uma declaração
do secretário Adalberto Fulgêncio mostra que o PT está atento e que a agenda de
Ricardo incomodou: “Luciano é um prefeito que olha para a cidade independentemente
do seu aniversário”.
O tom de Cartaxo
também mudou. Abandonou o discurso de dependência e assumiu um mais impositivo,
condizente com quem tem uma gestão aprovada por 70,24% dos pessoenses, como
apurou o IP4: “Temos condições de enfrentar o cenário que porventura se
desenhe”.
Ele insistiu que
deseja “junção de forças”, mas reconhecendo que tem poder de fogo para usar na
campanha: “Estamos focados no trabalho, e quem tem trabalho tem o povo, e quem
tem o povo claro que está preparado para qualquer cenário”.
É inegável que
com seu calendário de inaugurações, Ricardo quer fortalecer sua posição na
Capital. A favor de quem usará sua influência? Ele não tem pressa em dar essa
resposta.