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Pai homossexual descreve ‘amor incondicional’ sobre filho que tem outros 2 pais

“Eu sempre quis ser pai, mas era algo muito distante. Esse desejo não iria se concretizar…”. Esse era o pensamento do psicólogo Roberto Maia há pouco mais de quatro anos. Homossexual, Roberto tinha o sonho da paternidade, mas não o via como algo palpável, já que nem casar com o companheiro ele podia. Porém, tudo mudou depois que uma prima de 2º grau se separou do marido e passou a ter que cuidar do filho sozinha. Comente no fim da matéria.

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Foi aí que o sonho virou realidade e Roberto juntamente com o seu então companheiro viraram pais do pequeno Davi, hoje com cinco anos.

“Ele é nosso afilhado e minha prima Renata, de 2º grau, era casada com uma pessoa, o pai biológico dele, mas quando Davi tinha quase um ano de idade, eles se separaram e como a gente era padrinho, resolveu adotar e ficar no lugar do pai dele que não queria mais vê-lo”, explicou.

Roberto descreve como é a rotina com Davi

Foto: Roberto descreve como é a rotina com Davi
Créditos: Reprodução/Arquivo pessoal

Então Roberto juntou a vontade com a oportunidade e desde então Davi passou a ter três pais e uma mãe. Após um tempo, Roberto se separou do então companheiro e hoje divide a guarda da criança com a mãe.

“Eu acho que foi a questão da oportunidade, porque ele não tinha mais pai biológico presente e eu tinha o desejo. Porque padrinho é uma espécie de segundo pai. Depois a gente se separou. Ele [o ex-companheiro] tem contato com Davi, a quem ele chama de painho. Meu filho sabe que tem dois pais, uma mãe e um pai biológico. Quando ele vê a foto do pai biológico, chama de tio. Então ele sabe que tem três pais e uma mãe, para ele isto é bem claro”, disse.

Davi foi 'adotado' pelo padrinho

Foto: Davi foi ‘adotado’ pelo padrinho
Créditos: Reprodução/Arquivo pessoal

Roberto conta que se utilizou da literatura para explicar a composição familiar para Davi.

“Também sou psicólogo de criança, então contei uma história de adoção que tinha em um livro infantil. Uma criança que havia sido adotada e a partir desse livro fui contando que essa história tinha a ver com a dele e contei o porquê. Aí fui mostrando as fotos, quando ele tinha um ano, com o pai biológico. Somos pais do coração. Fomos explicando, porque a criança entende tudo. Ele tinha três anos”, contou.

Acolhimento na escola

Em tempos de bullying e preconceito, surge a dúvida de como a escola e os colegas de turma lidam com um estudante com um novo conceito de família. Porém, Roberto afirma que isso não aconteceu com Davi.

“Na primeira vez que ele foi para a escola, tinha dois anos, aí fomos eu, meu então companheiro e a mãe dele. A gente levou, explicou como era a família para a professora; sempre foi muito tranquilo isso. Já passou por duas escolas. Para a família e para a escola, foi muito tranquilo”, disse.

Roberto explica a Davi que ele tem três pais e uma mãe

Foto: Roberto explica a Davi que ele tem três pais e uma mãe
Créditos: Reprodução/Arquivo pessoal

Amor incondicional

Roberto afirmou que achava que já tinha amado alguém incondicionalmente, até ser pai. Segundo ele, Davi também veio para o ensinar muitas coisas.

“Eu acho que aprendi a amar mais, incondicionalmente o outro. A gente só aprende com o filho. A gente acha que ama um parceiro incondicionalmente, mas quando você tem um filho, independente do que ele faça, você tem que está ali do lado. Davi teve convulsão duas vezes, teve que ir para o respirador mecânico, foi um horror no hospital, ele com dois anos e meio, e ficamos próximos da questão dele morrer e ele demorou para voltar. É o cuidado iminente o tempo todo. De ser parceiro, de respeitar também, embora a gente delimite, ele é uma criança que não quero que seja o psicólogo, não quero que ele seja minha cópia; quero que tenha a vida dele, a personalidade dele. Criar o filho para o mundo é importante para a criança, saber que tem suas próprias escolhas”.

Roberto declara amor incondicional a Davi

Foto: Roberto declara amor incondicional a Davi
Créditos: Reprodução/Arquivo pessoal

Neste domingo (13), Roberto e Davi estarão juntos comemorando o Dia dos Pais, mas de acordo com o psicólogo, será um dia como outro qualquer.

 

“A gente não leva em consideração o lado comercial, de presente e tal, não temos esse costume. A gente sempre sai, ele adora teatro. Todo fim de semana a gente vai ver peça infantil. Vamos para a praia, ele gosta de ler, sabe a rotina dele no fim de semana. A gente não gosta que Davi fique vendo TV. Eu não fico em casa vendo TV com ele, eu sempre saio para algum espaço que ele goste. Praça, shopping, praia. Sempre a gente faz passeios diferentes”, disse.

Por fim, Roberto deixa uma mensagem que nos cativa. Seja com um, dois ou com quantos pais e mães existirem, o amor e o respeito deve sempre prevalecer.

“Aprendo com ele a amar o tempo todo e ele aprende comigo também que a gente tem um vínculo muito forte de querer o outro bem”, finalizou. 

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