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PB ‘chora’ 113 mortes no Dia em Memória às Vítimas de Trânsito

O agente de trânsito Diogo Nascimento foi atropelado na madrugada do dia 21 de janeiro deste ano quando trabalhava em uma operação da Lei Seca no Bessa, em João Pessoa. O suspeito de atropelá-lo, Rodolpho Gonçalves Carlos da Silva, teria desobedecido a ordem de parada e avançado um Porsche que conduzia sobre o agente. A vítima chegou a ser socorrida para o Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, mas morreu no dia seguinte. Fazendo referência ao Dia Mundial em Memória às Vítimas de Trânsito, que a ONU, desde 2005, estabeleceu ser o terceiro domingo do mês de novembro (19), a história de Diogo é lembrada no intuito de conscientizar a sociedade pela paz no trânsito.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, foram registrados 1.479 acidentes de trânsito, com 113 mortes só neste ano nas rodovias federais da Paraíba, um número 19,83% menor que em 2016, com 1.497 acidentes, sendo 141 com mortes. Os dados foram colhidos de 1º de janeiro até 31 de outubro, em ambos os anos.

“O que mais chama atenção é para o número de acidentes por atropelamento. Das 113 mortes em 2017, 34 foram causadas por atropelamento, o que é preocupante para nós”, comentou o inspetor Genésio Vieira, assessor de comunicação da PRF.

Caso Diogo

Nem mesmo as tristes marcas deixadas em milhares de famílias que perderam amigos ou parentes em acidentes mudam alguns motoristas, que insistem em comportamentos irresponsáveis como uso de celular ao volante, consumo de álcool antes de assumir a direção, excesso de velocidade e até negligência de empresas que não fazem a manutenção de seus veículos constantemente.

“A dor e o sentimento é um só. Dói muito perder um amigo querido, a quem tanto considerava. Nós sabemos que tudo isso poderia ter sido evitado pelo assassino, pois ele arrancou não só a oportunidade de vida de Diogo, mas também a de seus filhos que irão crescer sem o pai e a do resto da família”, lamentou Alex Cândido, cunhado de Diogo.

Diogo Nascimento foi atropelado na madrugada do dia 21 de janeiro deste ano quando trabalhava em uma operação da Lei Seca no Bessa, em João Pessoa. O suspeito de atropelá-lo, Rodolpho Gonçalves Carlos da Silva, teria desobedecido a ordem de parada e avançado um Porsche que conduzia sobre o agente. A vítima chegou a ser socorrida para o Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, mas morreu no dia seguinte.

Rodolpho Carlos chegou a ficar preso no presídio PB-2, que faz parte do Complexo Penitenciário de Segurança Máxima Romeu Gonçalves de Abrantes, em João Pessoa. Atualmente, o réu segue em liberdade após a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) ter concedido um habeas corpus.

“A vida continua, mas é muito difícil saber que alguém que você ama se foi da maneira mais trágica possível. A dor para quem fica é enorme”, disse o cunhado de Diogo.

Família e colegas do agente de trânsito aguardam abalados por justiça. O sentimento, segundo Alex Cândido, é de revolta.

Acidente entre trem e ônibus em Santa Rita

Era uma tarde comum quando a mãe de Jayne Gabrielle, Edilane da Silva Macedo Alves, de 49 anos, saiu de casa para pagar contas, como sempre fazia. Contudo, uma tragédia mudou aquele dia 29 de fevereiro de 2016.

“Nós tínhamos combinado de irmos juntas ao hospital fazer alguns exames, mas ela desistiu de última hora e decidiu ir sozinha. Ela me ligou por volta das 15h30 avisando que tinha pegado o ônibus para voltar para casa e que ia descer uma parada depois da que costumava descer, pois ficou de fazer compras. Foi justamente onde aconteceu o acidente”, contou Jayne.

O acidente que vitimou a mãe de Jayne ganhou repercussão em toda a imprensa pela dimensão que teve. Mais de dez pessoas ficaram feridas e cinco morreram após um acidente envolvendo um trem da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e um ônibus no distrito de Várzea Nova, município de Santa Rita. Uma falha do ônibus teria feito com que o veículo ficasse parado na linha férrea. O local também não tinha cancelas.

Sobre a dor da perda, a estudante afirmou que não passa. “A dor não diminui, a saudade só aumenta e o luto é eterno. Não é difícil levantar todos os dias, pois adquirimos forças, mas saber que nada foi resolvido ainda provoca dor física e emocional”, disse.

Jayne contou ao Portal Correio que todos os dias lembra da mãe. “Lamento não ter aproveitado os últimos momentos com ela. Lamento por cada segundo que fiquei longe naquele dia. Se pudesse voltar atrás, teria aproveitado cada segundo, mas se tivéssemos essa consciência do que iria acontecer, acredito que tudo seria bem mais doloroso”, desabafou.

A filha de Edilane também lastima que a segurança viária seja falha e diz se preocupar quando alguém que ela conhece pega a estrada. “Não consigo ficar tranquila quando sei que as pessoas que amo viajam de carro ou passam mais tempo que o normal no trânsito. A sociedade deveria ter mais empatia, se importar com a dor do outro. Cuidar da segurança do próximo é o primeiro passo para termos o direito de exigir algo de alguém na mesma situação”, concluiu Jayne.

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