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Peitando a crise

Foi sintomático. Um dia depois de o governador Ricardo Coutinho admitir a possibilidade da paralisação de obras devido à queda de receitas, o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, contabilizou investimentos da ordem de R$ 62 milhões em obras e ações entregues no primeiro semestre deste ano.

É sutil, mas é um contraponto indireto. É como se Cartaxo estivesse dizendo que, mesmo diante do cenário de limitações financeiras, continua tocando a gestão sem solução de continuidade, diferente da iminente ameaça de interrupções em intervenções admitida pelo governo.

Na verdade, não há fórmula fixa. Estados e municípios, nesse instante, dependem da modernização da gestão, eleição de metas e cobrança de resultados. Fazer mais e melhor com menos é um grande desafio para todos. E essa foi a tônica de Cartaxo ontem perante seus secretários e nas entrevistas concedidas.

Na reunião de avaliação com o secretariado, Luciano sustentou a possibilidade de fazer diferente, num cenário adverso em que a gestão não se resuma a política do “pires nas mãos” para driblar os efeitos da crise econômica. Ou seja, não se pode apenas esperar pela “ajuda de cima”.

Os números divulgados ontem apontam para um crescimento de 107% em obras no comparativo ao mesmo semestre do ano passado. Uma surpresa para muitos. Segundo ele, a média foi de uma entrega à população por semana. Na lista, nove creches (6 mil crianças atendidas) em tempo integral e 3 mil casas (12 mil famílias atendidas).

Pelas beiradas, Cartaxo segue sua trilha. Ao invés do confronto com seus adversários, sejam os públicos ou os ocultos, ele prefere fazer a defesa do saldo de sua administração. O que não deixa de ser uma reação. E no enfrentamento da crise, sinaliza que opta por enfrentar o bicho papão no lugar de ficar lastimando sua existência.

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