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Polícia interrompe velório e recolhe corpo para apurar suposto crime, na Paraíba

A possibilidade de envenenamento, que teria causado a morte de uma mulher, fez a Polícia Civil interromper o velório da vítima, na tarde do sábado (22), no município de Belém do Brejo do Cruz, Sertão paraibano, a 400 quilômetros de João Pessoa.


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Segundo o esposo da mulher, ela teria tido um infarto quando estava dormindo, foi socorrida para um hospital, mas não resistiu e morreu. Porém, sem laudos médicos que comprovassem a alegação e por pressão de familiares da mulher, a polícia recolheu o corpo da vítima em pleno velório.

“Na madrugada de sábado, a mulher foi levada pelo esposo ao hospital com alegação de infarto e morreu 40 minutos após ser atendida. Depois disso, o corpo da mulher foi para a funerária e encaminhado para velório”, disse o delegado Anderson Fontes, que registrou a ocorrência.

De acordo com o delegado, parentes da mulher procuraram a delegacia informando que o esposo da vítima queria realizar o sepultamento sem documentos e que a mulher não teria predisposições para doenças cardíacas, o que não seria compatível com morte por infarto. Com isso, a polícia precisou ir ao velório para realizar a remoção do corpo.

“Foi uma situação difícil. Fomos procurados pelos parentes da vítima, que nos relataram o caso e disseram que o esposo não queria permitir o exame de perícia no corpo para comprovar o infarto. Conversamos com o médico que atendeu a mulher nos hospital e ele disse que a vítima apresentou sangramento, perdeu 400 mililitros (ml) de sangue por vias orais e nasais e veio a óbito depois. Além disso, ele informou que suspeitou que o caso não era de infarto, como alegou o esposo dela, por conta do sangramento estranho. Por isso, ele não deu laudo da morte, mas mesmo assim o esposo providenciou o recolhimento do corpo e o encaminhou para a funerária”, disse o delegado.

No velório, a polícia conversou com o esposo da mulher, que alegou que não tinha dinheiro para que o corpo passasse por perícia e que, por isso, queria o sepultamento.

“Na casa onde ocorria o velório, não encontramos nenhum documento de óbito. Tivemos que interromper o velório e levar o corpo para o IML de Patos. No IML, o perito corroborou com a opinião do médico e disse que estranhava a morte por infarto, mas que não havia sinais de agressões no corpo. Porém, nos foi alegado que, como o corpo estava com formol, não será possível realizar exame toxicológico para averiguar um suposto envenenamento ou outra causa de morte se não o infarto”, contou o delegado Anderson Fontes.

Para o delegado, caso o exame pericial não aponte infarto como causa da morte a polícia não vai poder levantar outras teorias para a morte e nem um possível suspeito.

“O esposo alega infarto, mas o médico achou estranho e não deu laudo. Os parentes alegam que o esposo queria enterrar a mulher ‘às pressas’. O IML não vai poder realizar exame toxicológico para colher material e comprovar um suposto envenenamento porque o formol aplicado no corpo secou todo o material necessário para o exame. Nos resta aguardar o laudo pericial, que deve sair em 30 dias. Caso o laudo não conste como infarto estaremos sem saída porque não teremos como levantar provas de um suposto crime”, concluiu o delegado.

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