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Seguran?a versus inseguran

Em 2015 tive a oportunidade, em viagem à Flórida, de visitar um casal de amigos paraibanos que havia recém adquirido um apartamento em um prédio de condomínio. Mais uma vez, o way of life americano me surpreendeu – e, como sempre, para melhor.

A arquitetura, o lay out, a vista belíssima, o entorno com marinas e grandes shopping centers formavam um conjunto digno do paraíso.

Se visualmente a boa vida americana é uma festa para os olhos, o comportamento social – em toda a sua dinâmica – é ainda mais admirável. Realmente surpreendente.

E a maior das surpresas viria depois, quando o proprietário me informou que mantinha uma porta de acesso ao apartamento sempre aberta, 24 horas por dia – independente de a família estar ou não no imóvel.

E tudo fica aberto e acessível – bens, dinheiro, equipamentos.

Ele me explicou que se trata de uma regra de segurança americana, que viabiliza a entrada do corpo de bombeiros para resolver problemas emergenciais – da água ao fogo.

Eu imediatamente indaguei:

– E se alguém entrar e mexer nas coisas?

Ele riu da minha preocupação. Ninguém entra. Ninguém ousaria. Pois os Estados Unidos têm leis rigorosas para defender a propriedade privada. E elas são cumpridas com rigor.

– Ai de quem se aventurar a infringi-las!, emendou o amigo.
Eu, cá com meus botões, acabrunhadamente constatei: pense num contraste com a realidade brasileira!

Aqui vivemos permanentemente trancados – cercados por grades, cercas eletrificadas, sistemas de alarmes, câmeras de monitoramento, vigilância privada.

E apesar de todo esse aparato, ninguém sai de casa sem temor.

Uma viagem significa mais investimentos para tentar blindar nossas fortalezas. Nos feriadões, até a mídia entra em cena com dicas e truques para evitar invasões. Qualquer vacilo pode significar uma casa vazia no retorno.

Porque vivemos de forma tão diferente?

Porque nos falta aqui o que sobra lá – leis rigorosas e implacavelmente aplicadas.

Não se trata, portanto, de um problema tão difícil assim de ser atacado.

Difícil, mesmo, é encontrar – no nosso universo institucional – legisladores dispostos a redigir leis mais duras, capazes de engrenar com maior eficiência as etapas seguintes: a prisão, por parte da polícia, e a punição, no Judiciário.

Sem isso, só nos resta admirar a boa (e justa) vida americana. E lamentar que, neste Brasil permanentemente de mãos ao alto, os assaltantes estão livres. E nós, presos.

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