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Servidores denunciam falta de médicos e superlotação no Isea

O Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais do Agreste e da Borborema (Sintab) informou que recebeu denúncias de servidores que atuam no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea) sobre a situação precária em que se encontra a unidade hospitalar. A unidade fica em Campina Grande. Conforme os relatos, há superlotação, faltam médicos de várias especialidades, gestantes de alto risco estão sem atendimento adequado e os profissionais estão recebendo menos do que deveriam. A Prefeitura de Campina Grande divulgou nota, na qual pede solução para os impasses.

Segundo as denúncias, o salário estaria sempre atrasado, caindo em conta somente após o dia 10 de cada mês. O coordenador de comunicação do Sintab, Napoleão Maracajá, informou que as denúncias encaminhadas ao sindicato revelam que a Secretaria de Saúde retirou a produtividade dos profissionais que atendem no hospital, que era paga há mais de 30 anos, reduziu o valor do plantão extra realizado durante a semana, de R$ 1.300 para R$ 800 e o do final de semana, de R$ 1.500 para R$ 900. Para piorar, os médicos que cobriam os plantões extras entregaram as jornadas, deixando as pacientes sem atendimento neste período.

Ainda de acordo com as acusações, está faltando obstetras, anestesistas e neonatologistas em todos os setores da maternidade, inclusive no Alto Risco, onde não há obstetras há três finais de semana, deixando cerca de 50 gestantes graves internadas sem serem atendidas. “Neste caso, a secretária de Saúde já fez dois chamamentos públicos convocando neonatologistas para trabalhar lá e ninguém se inscreveu”, detalha um dos denunciantes.

A situação se agrava pela superlotação, com pacientes que passam a noite sentadas em cadeiras esperando para dar a luz, pois não existem leitos suficientes. “Não temos diretor clínico e nem diretor técnico e a diretora geral é uma enfermeira que não resolve nada, não temos a quem recorrer, já comunicamos ao CRM e ao Ministério Público e até agora nenhuma providência foi tomada”, diz um dos relatos.

Napoleão ressaltou que o Sintab espera que providências sejam tomadas para sanar todos os problemas constatados, ou a entidade entrará com ação junto ao Ministério Público (MP) para cobrar soluções. A reportagem do Portal Correio tentou entrar em contato com a secretária de Saúde da Prefeitura de Campina Grande, Luzia Pinto, mas as ligações não foram atendidas.

Secretaria divulga nota de esclarecimento 

Nesta segunda-feira (4) a Secretaria de Saúde de Campina Grande divulgou uma nota oficial falando sobre as denúncias do Sintab. De acordo com a secretaria, existe um litígio entre a classe médica do Isea e a prefeitura.

Segundo a nota, os vencimentos dos profissionais “são de no mínimo R$ 7.600 para uma carga horária de 20 horas semanais e, no máximo, R$ 20.782 para uma jornada de 40 horas semanais, de acordo com o tempo de serviço. Os médicos recebiam esses vencimentos e ainda os valores da produtividade, o que fazia ultrapassar o teto de pagamento para servidor público. O desconto da produtividade dos profissionais na carga horária pré-estabelecida pelo vínculo empregatício só passou a acontecer a partir de determinação do Ministério Público”.

A Secretaria de Saúde de Campina Grande ainda apelou para que os profissionais voltem a trabalhar normalmente e expressou a vontade de resolver o impasse. “A direção da maternidade e a secretaria municipal de saúde nunca se negaram a negociar com a categoria, mas os profissionais, radicalizaram o movimento, deixando de comparecer aos plantões, especialmente às noites e nos finais de semana. Assim, a secretaria renova o apelo para que os profissionais médicos levem em consideração os riscos a que a população está sendo exposta e os convida para, de forma cordata e cidadã, negociar uma solução para o impasse”, finalizou a nota.

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