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Câncer de mama: apoio familiar e os cuidados com a saúde mental são de extrema importância no tratamento

Especialistas explicam como a boa autoestima pode ajudar na recuperação da doença

Outubro, o mês de conscientização contra o câncer de mama, já passou, mas a luta contra a doença segue firme no mundo inteiro. E no caso das pessoas diagnosticadas, além de manterem os exames em dia e cuidarem da saúde física, é de extrema importância que se atentem com a saúde mental.

Para a médica mastologista, ginecologista e professora do curso de Medicina do Unipê, Ana Thereza Uchoa, o diagnóstico do câncer de mama afeta a autoestima da paciente e esse impacto está relacionado ao tratamento que será instituído e suas sequelas, como a mutilação com a perda da mama e a queda de cabelo decorrente da quimioterapia.

“Todos os fatores mencionados podem se agravar e gerar transtornos psicológicos como ansiedade e pânico, afetando consideravelmente a saúde da paciente com essa condição”, afirma Uchoa.

Já Célia Regina, psicóloga e professora do curso de Psicologia da Universidade Cruzeiro do Sul, destaca ser essencial o apoio dos parceiros durante o tratamento das mulheres com o diagnóstico de câncer de mama. Ou seja, uma rede de suporte que inclua acompanhamento médico e psicológico, e principalmente o apoio de familiares, incluindo o parceiro ou a parceira, que desempenhará um papel fundamental nessa rede.

“O câncer de mama impacta a vida da mulher e das pessoas que estão ao seu redor, como nos ambientes familiar e de trabalho. Quanto mais empático forem esses ambientes e a rede de apoio, isso implicará numa maior confiança e segurança por parte da mulher afetada pela doença. A busca de apoio emocional através da psicoterapia auxiliará muito no enfrentamento do processo de desenvolvimento e tratamento da doença”, pontua Regina.

“Quando falamos a palavra câncer, ela nos remete a morte, vista como doença que implica em óbito, dor e sofrimento. E a maioria das pessoas temem o final da vida a finitude. Outro medo, além da dor, é a perda dos cabelos com o tratamento, mas o que muitas mulheres não sabem é que nas últimas décadas houve um avanço significativo no tratamento do câncer de mama, possibilitando o conhecimento de várias formas de apresentação da doença e as diversas terapias. Lembrando que estas vão depender do estágio da doença. E quanto mais precoce for a descoberta do câncer, maiores serão as chances de cura, que hoje gira em torno de 95% de chances”, complementa Célia Regina.

Para elevar a autoestima durante o tratamento, uma série de ações pode contribuir significativamente, lembra Ana Thereza Uchoa. A primeira é receber todas as informações sobre as terapêuticas possíveis para a cura do câncer de mama. Outra é manter a alimentação saudável e a prática regular de exercícios físicos. “Além disso, pode-se minimizar as sequelas, como o uso de toucas térmicas para a prevenção da queda de cabelo; cirurgias oncoplásticas, na qual o mastologista trata o câncer e oferece a reconstrução mamária. E após a cura, manter o estilo de vida saudável e fazer aquilo que é mais prazeroso para ela, seja no âmbito emocional, afetivo ou físico”, recomenda.

Célia Regina finaliza deixando uma mensagem de apoio: “Sugiro que todas nós mulheres, e mesmo os homens, porque embora seja raro, eles também podem vir a ter o câncer de mama, possamos conhecer nossos corpos, mantendo-nos atentos a qualquer alteração ou modificação observadas em nossos corpos. O tratamento do câncer de mama não é fácil, envolve a mudança na rotina de vida pessoal e familiar. A busca de uma rede de apoio junto a familiares e amigos é necessária para auxiliar no processo do tratamento. Então, o autocuidado é uma das formas mais efetivas para a obtenção do diagnóstico e tratamento precoces, visando a cura”.

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