Diante de uma crise, a pergunta chave é: como vamos sair dela?
Essa é, sem dúvida, a questão que ronda as mentes de 200 milhões de cidadãos neste instante brasileiro.
A minha inclusive.
E as respostas que elaboro para esta reflexão crucial passam, necessariamente, pelo empreendedorismo – meu habitat natural nesta selva econômica.
Ao contrário do que prega o senso comum, empreender não é vocação para (poucos) escolhidos. Todos – indistintamente – nascem com este dom, em menor ou maior grau. O meu, reconheço, funciona em alta voltagem.
Mas – insisto – ele está presente em cada um de nós, esperando para ser reconhecido e estimulado. E, enfim, eclodir – às vezes (muitas vezes) das formas mais improváveis.
Pode ser numa cozinha, onde a dona de casa se apercebe que aquele bolo tão apetitoso pode gerar renda extra para a família. Ou ainda entre pranchetas de arquitetos e agendas de advogados, que acabam deixando as profissões em stand by para mergulhar, de cabeça, no empreendedorismo.
Mas, afinal, o que leva uma pessoa a empreender?
O foco é a rentabilidade. Ninguém o faz graciosamente – desde a boleira até o megaempresário da refinaria de petróleo.
O grande binômio inerente ao empreendedorismo é a conjunção do risco x investimento. E para avançar é preciso que seja incorporada a esta equação um outro fator: a previsibilidade.
Dentro de uma margem de risco se faz sondagens, pesquisas e levantamentos que antevejam o retorno dos investimentos.
A regra pode falhar. Às vezes falha mesmo. Mas certamente estava ancorada em dados que inspiravam confiança no ambiente do negócio. E, ainda, no otimismo.
A positividade é, aliás, outra regra imutável no empreendedorismo – seja excessiva ou realista, está sempre presente. Pessimistas não empreendem. Jamais.
O otimismo inerente ao empreendedor é uma das razões pelas quais tantos institutos buscam continuadamente aferir expectativas e índices de confiança de setores do mercado.
Eles sabem que o empreendedor fareja os ventos econômicos – sente na pele quando eles sopram favoráveis. Ou quando prenunciam tempestades.
A gente consegue, inclusive, se despir das armadilhas ideológicas. E foi despojado delas que, recentemente, me posicionei quando questionado sobre os humores e rumores que conduzem este momento do País.
Minha resposta foi sucinta: do ângulo em que enxergo esse panorama, reconheço de imediato que o grande impasse brasileiro se chama credibilidade.
Sem crer, não temos otimismo – o grande motor da confiança que tira os planos e ações da inércia e faz girar a roda da história econômica de uma nação.
Nossa torcida tem que estar centrada, portanto, para que a confiança brasileira ressuscite deste leito moribundo, animada pelos ajustes necessários, que farão a máquina pública voltar a funcionar como a espoleta do empreendedorismo.
Resumindo: o Brasil precisa voltar a acreditar no Brasil.