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Passagens aéreas atingem maior valor em 13 anos com demanda em alta e combustível ainda caro

Bilhetes para voos domésticos chegaram ao preço médio de R$ 741, com variação acima de 10% em 2023, segundo a Anac
Governo quer baratear viagens com a ajuda das empresas aéreas (Foto: Reprodução / Edu Garcia / R7)

As passagens aéreas para viagens entre cidades brasileiras ficaram 35,24% mais caras entre janeiro e novembro deste ano, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), inflação oficial do país, apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As informações são do R7, parceiro nacional do Portal Correio.

A última pesquisa da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), de outubro, confirma a evolução e mostra que o preço médio da passagem aérea é de R$ 741,47 (valor corrigido pela inflação oficial). Trata-se do maior valor desde que a análise passou a ser realizada, em 2010. No mesmo mês do ano passado, o preço médio dos bilhetes era 10,8% menor, R$ 669,12.

O professor José Carlos de Souza Filho, da FIA Business School, explica que “as companhias aéreas estão com baixa oferta em um momento de alta demanda pela proximidade das férias e temperaturas elevadas”.

Outro fator que ajuda a encarecer as passagens aéreas é o aumento da cotação do querosene de aviação. “Em 2022, o querosene aumentou 48% e em 2023 teve uma queda de 12,6%, o que representa uma variação acumulada de 29,35%, valores ainda muita acima da inflação do período”, afirma.

Além disso, José Carlos argumenta que o setor continua sendo impactado pela pandemia. Em 2020, a Covid-19 fechou aeroportos por todo o mundo. Segundo José Carlos, as pessoas estão em movimento de voltarem a viajar desde 2022, o que continua impactando as tarifas.

“A partir de 2022, tanto a demanda como os preços começaram a se recuperar, fazendo com que as altas demandas sazonais estejam sendo fortemente impactadas”, diz ele.

Governo articula barateamento

Com as viagens de avião mais caras, o governo Lula, junto das companhias aéreas, apresentou plano para baixar os preços.

“Por orientação do presidente Lula, a gente tem buscado alternativas para poder diminuir o custo da passagem aérea e, automaticamente, soluções que possam fortalecer mais o consumidor final. Para termos preços mais acessíveis aos brasileiros, é necessário um esforço coletivo e um diálogo constante. Estamos no caminho certo e esperamos que mais brasileiros possam viajar nos próximos meses”, disse Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos.

Empresas sugerem mudanças

Azul
• Comercializar 10 milhões de assentos até R$ 799 a partir de 2024;
• Marcação de assento e bagagem despachada para compras realizadas de última hora.

Gol
• A partir de 2024, disponibilizar 15 milhões de assentos com preço de até R$ 699;
• Promoções especiais e, com mais de 21 dias de antecedência, preços entre R$ 600 e R$ 800;
• Tarifas de assistência emergencial (80% de desconto).

Latam
• Oferta de 10 mil assentos a mais por dia (mais oferta, menor custo);
• Toda semana, oferecer um destino com tarifa abaixo de R$ 199;
• Mudanças no programa de fidelidade — sem validade para utilização;
• Manutenção do programa de desconto de 80% para tarifas de assistência emergencial.

Por sua vez, o Ministério de Portos e Aeroportos disse se comprometer a:

• Querosene: baixar o preço do querosene de aviação, que seria responsável por 40% do custo, junto à Petrobras;
• FNAC como garantia: a utilização do recurso do Fundo Nacional de Aviação Civil como garantia em operações de crédito para empresas nacionais afetadas pela pandemia. A proposta facilita o acesso ao crédito e reduz custos das companhias;
• Estímulo de novas companhias: a entrada de empresas de baixo custo no Brasil é uma proposta de governo e tem por objetivo aumentar a concorrência e criar novos nichos de mercado;
• Programas de investimentos em aeroportos regionais: investimentos da ordem de R$ 6,2 bilhões em programas de concessão e de R$ 5 bilhões de investimentos públicos e privados no plano de aviação regional;
 Medidas para combater o excesso de judicialização: com custo de R$ 1 bilhão ao ano para as companhias, a pasta busca alternativas para reduzir o alto índice de judicialização no setor aéreo. 

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