Já disse noutra oportunidade. Talvez esteja entre os poucos que vê ou reconhece avanços nas políticas de segurança pública empreendidas pelo atual governo, sobretudo, porque aprovo e vejo como interessante a instalação de Unidades de Polícia Solidária nos bairros mais atingidos pela criminalidade.
Tenho como verdadeiros os números divulgados pelo governo na redução dos homicídios, mas volto a repetir, também, que se há aperto de um lado, há afrouxamento do outro. E esse outro lado aqui tem nome: crimes contra o patrimônio do cidadão, especialmente em João Pessoa e Campina Grande.
É caso de epidemia. Em meia hora, quatro repórteres do Correio Debate (Correio Sat FM) colheram e transmitiram relatos de moradores de localidades consideradas críticas pela própria Secretaria de Segurança. Nessas comunidades, ninguém aguenta a alta taxa de assaltos e o baixo nível de providências.
Em Cruz das Armas, em dois anos uma farmácia foi assaltada 17 vezes, exemplo de um descontrole que obriga o comércio local fechar mais cedo. No mesmo bairro, bandidos assaltaram uma pizzaria nos últimos dois domingos seguidos. Situação que ilustra a sensação de impunidade dos marginais.
No Valentina, os pequenos furtos nas portas das escolas viraram rotina. O mesmo que acontece exaustiva e cotidianamente nas portas de edifícios dos Bancários, Manaíra, Bessa… “A gente não tem nem coragem de denunciar”, confessou uma angustiada entrevistada. “É impossível estudar à noite. Entre a escola e o risco de morrer…”, desabafou outra moradora, que se viu obrigada a fazer uma escolha: deixou de estudar. Optou por viver. Ou pelo menos correr menos risco.