Como vice-governadora, Lígia Feliciano (PDT) é a sucessora de Ricardo Coutinho, caso renuncie em abril do próximo ano para disputar uma cadeira no Senado, o que é muito provável. Contudo, politicamente seria um erro – que ela não comete – antecipar esse debate, atropelando o governador. Pela posição que ocupa, tem que esperar a hora certa, até porque o PSB também não demonstra pressa.
Por isso, desde as eleições municipais e a retumbante vitória das oposições na Paraíba, o prefeito Luciano Cartaxo tem atraído todos os holofotes quando o assunto é 2018 e a disputa pelo Palácio da Redenção. Credenciado pela vitória contra o PSB de Ricardo Coutinho, contando com apoio de grandes partidos como PSDB e PMDB, passou a encarnar as esperanças de retomada do poder por seu grupo.
A partir de agora, Luciano deve dividir as luzes com um ex-colega de parlamento, o deputado Gervásio Maia, do PSB de Ricardo Coutinho. que tomou posse na presidência, em solenidade sem precedentes na história da Assembleia, cujo plenário foi descartado para o evento por não ter condições de acomodar os convidados. Foi deslocado para o Espaço Cultural.
Caravanas de prefeitos, vereadores e lideranças de todo o Estado lotaram a “Sala de Concertos”, um auditório com capacidade para 570 pessoas, que teve até os corredores ocupados. Dirigentes dos outros poderes também compareceram, fortalecendo a imagem de Gervásio Maia como político com densidade eleitoral e política.
Embora respeitando a ordem de não antecipar debate sucessório, deputados admitiam que o evento colocou Gervásio Maia no jogo de 2018, e que a chefia do Poder Legislativo vai garantir a visibilidade capaz de diferenciá-lo de outros concorrentes. Mas, também fizeram questão de lembrar que a vice-governadora é carta “Ás” nesse baralho.
Ao contrário de Lígia Feliciano, Gervásio Maia terá mais liberdade para debater e fazer o contraponto a Luciano Cartaxo, que também tem um possível concorrente no campo oposicionista, que é o senador Cássio Cunha Lima, agora ocupado com a vice-presidência do Senado Federal.
Mais do que a dimensão de Gervásio, a posse revelou que o PSB tem alternativa para 2018.
Joás no TJ
O Tribunal de Justiça também tem novo presidente. Ainda depende de confirmação do STF, mas assumiu o desembargador Joás de Brito Pereira, tendo como vice João Benedito, e corregedor, José Aurélio da Cruz.
Demanda
Essa Mesa é a 2ª eleita. A primeira tinha João Alves como presidente, mas foi suspensa pelo ministro Teori Zavascki por não ter seguido o critério da antiguidade. Na nova ação, o argumento continua o mesmo.
A questão
Os demandantes apontam que o desembargador José Aurélio da Cruz não está entre os três mais antigos e não poderia ser votado para o cargo de corregedor. Pelo pré-requisito, seria Saulo Henriques de Sá e Benevides.
Protagonistas
O paraibano Cássio Cunha Lima (PSDB) foi eleito vice-presidente do Senado. Na Câmara Federal, Rômulo Gouveia disputa, hoje, a 4ª secretaria na chapa de Rodrigo Maia (DEM), que tem o apoio do seu PSD.
Zigue e Zague
O senador Eunício Oliveira (PMDB) foi eleito presidente do Senado com 61 votos (75,3%), contra 10 de José Medeiros (PSD). Outros 10 votaram em branco.
O peemedebista pregou união, defendeu reformas e disse que a Constituição deve ser a “carta náutica nessa travessia”, descartando “caminhos alternativos”.