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A copa das copas

A presidente Dilma Rousseff foi muito feliz ao cravar, nos dias que antecederam ao ponta pé inicial da Copa do Mundo de Futebol, que o Brasil sediaria a “copa das copas”.

Naquele momento, o otimismo da presidente caiu no vazio da desconfiança. Pois muitos brasileiros tinham dúvidas até de que haveria, de fato, uma copa.

Uma insegurança, aliás, azeitada pelas arquibancadas do contra.

Eu mesmo relatei aqui, nestes encontros semanais, que havia testemunhado – dentro e fora do País – ações raivosas e atentatórias para que este evento não fosse levado a termo.

Atos orquestrados por gente que torceu muito para que, ao invés de futebol, os gramados nacionais fossem ocupados por protestos violentos – explodindo, nos pés dos nossos visitantes, os problemas que só interessam aos que vivem nesta pátria amada, mas por vezes mãe não tão gentil.

Haveríamos de protagonizar espetáculo tão lamentável?

Não mesmo.

Verdade que uma minoria tentou fazer mobilizações e levar para as arenas nossas insatisfações republicanas.

Não prosperaram, pois esbarraram na índole brasileira, incapaz de boicotar o próprio País.

Saíram de cena os revoltosos; entraram os torcedores – não só da Seleção Brasileira, mas da nação, protagonista de um evento que envolve um bilhão de expectadores ao redor do planeta.

O que esse povo todo tem visto são cidadãos de trinta e dois países realizando, nas ruas, uma grande confraternização – disputando os coros mais ruidosos e os ornamentos mais vistosos.

Nos gramados, reina o futebol. E da melhor qualidade.

De jogo em jogo, de espetáculo em espetáculo, o Brasil está construindo um dos mais belos e emocionantes campeonatos mundiais destas 20 edições de copas.

E arrisco a dizer que o sucesso da copa brasileira independe da performance da nossa seleção. Ganhando ou perdendo, já podemos nos sentir vitoriosos como hospedes deste grande torneio.

Já marcamos o nosso gol.

Gols, aliás, que ocorrem fartamente nesta copa. Antes mesmo de terminar a etapa das oitavas de finais, já haviam sido registrados mais gols do que em todo o torneiro de 2010, na África do Sul. Lá foram registrados 145. Aqui, até a última terça-feira, foram 154. Continuando assim, bateremos o recorde de 1998, na Franca, onde se marcou 171 gols.

Mais do que gols, a copa brasileira tem emoção. A fase do mata-mata tem sinalizado que as seleções vieram para a terra do futebol com uma inspiração diferenciada.

Vieram dispostas a jogar o verdadeiro futebol – aquele que valoriza o drible bonito, o avanço destemido, a falta de temor de ganhar.

Talvez por isso, camisas laureadas e novatas estejam se nivelando, transformando cada partida em uma contenda imprevisível. E uma Costa Rica tenha inusitadamente sobrevivido ao “grupo da morte”, batendo as campeãs Itália, Inglaterra e Uruguai.

E certamente por isso os anais da Fifa registram que o futebol escolheu os gramados brasileiros – onde ele é amado com mais paixão – para se exibir com mais esplendor.

Não apenas temos copa; temos – de fato – a copa das copas.

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