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A crise vivificada

Maio de 2016 conquistou destaque na história. Começou e está terminando com muitas emoções: admissão do impeachment com afastamento da presidente Dilma Rousseff e a posse do vice, constatação de um rombo de R$ 170,5 bilhões nas contas públicas, o Plano Temer para recuperar a economia com teto para as despesas públicas… E as gravações e delações que sepultaram de vez a esperança de que estávamos chegando ao epílogo da crise política.

Depois do ‘terremoto’ Delcídio do Amaral, que provocou a queda do PT do governo, temos o ‘tornado’ Sérgio Machado, o ex-diretor da Transpetro que gravou e expôs as intenções de poderosos do PMDB, e o ‘tsunami’ Pedro Corrêa (PP), que fere de morte a tese de inocência do ex-presidente Lula da Silva em relação a corrupção, ao revelar como teria organizado o esquema na Petrobras com aliados.

Em comum, Delcídio do Amaral, Sérgio Machado e Pedro Corrêa, pegos pela Lava Jato, recorreram ao instituto da delação premiada, que tem permitido mais rapidez e eficiência nas investigações porque não basta dizer o que sabem, precisam entregar provas. Com isso, a porta da impunidade, muito usada no passado por poderosos, está fechada.

As gravações de Machado com o ex-presidente José Sarney e os senadores Renan Calheiros e Romero Jucá ecoaram mais por revelar intenções de mudar a lei das delações – que é espada sobre as cabeças dos políticos – do que por ações. Não devemos esquecer que mudança de leis foi o que levou à desmoralização da Operações Mãos Limpas, na Itália.

Agora, esse plano está inviabilizado pela reação da sociedade, que apoia a Lava Jato e vai garantir que prossiga. Está blindada pelo povo, cansado de bancar enriquecimento ilícito de “lobos em pele de cordeiro”.

Nesse ponto, voltamos ao Pedro Corrêa, o ex-presidente do PP que entregou o ex-presidente Lula e a presidente Dilma. Chegou a contar, com detalhes, como o petista resolveu disputa entre PP e PMDB por propina na Diretoria de Abastecimento da Petrobras. Nesse balaio ele também colocou Eduardo Cunha, Paulo Maluf, Aécio Neves, e até o ministro Augusto Nardes (TCU).

O desafio de Temer será, apesar dessa turbulência – e se não for atingido por ela -, garantir perspectivas para o Brasil, porque a crise continua.

TORPEDO

“Justiça funciona quando o inocente vai para casa e o culpado para a prisão. O resultado não deve depender de condições econômicas/políticas do acusado.”

Do juiz federal Sérgio Moro, que virou herói nacional pela atuação na Lava Jato e ontem fez palestra em João Pessoa.

O tempo…

O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato, destacou frases que dizem muito sobre Sérgio Moro: “A Justiça não pode ser um faz de conta, com processos que não terminam e culpados que não são punidos”.

… e a Justiça

Outra: “Descobri-la [a corrupção], ainda que gere impactos no curto prazo, faz parte não do problema, mas do processo de cura”. E “Não se resolve o problema [a corrupção] varrendo-o para debaixo do tapete”.

Sigilo

Em João Pessoa, Sérgio Moro falou sobre a importância da cooperação jurídica internacional, especialmente da Suiça, para provar a origem do dinheiro desviado pela corrupção. A legalidade derrotou o sigilo.

Reconhecimento

O TRT concedeu a “Medalha Ordem do Mérito do Trabalho”, a sua mais alta condecoração, ao juiz Sérgio Moro, que foi igualmente homenageado pelo TCE, com a “Medalha Cunha Pedrosa”, pelo exemplo para o Brasil.

ZIGUE-ZAGUE

Será nesta quinta-feira a votação do plano de trabalho da 2ª fase do impeachment da presidente Dilma Rousseff, na Comissão Especial do Senado.

O presidente Raimundo Lira aguarda a defesa da petista e suas solicitações de diligências e oitiva de testemunhas, para só depois submetê-lo à Comissão.

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