Mesmo sem as surpresas do PP, que tem 47 deputados e é liderado pelo paraibano Aguinaldo Ribeiro, e do PRB, que tem 22 deputados,de fecharem questão no apoio ao impeachment, as previsões de políticos e estatísticos sobre a votação deste domingo, no plenário da Câmara Federal, já eram desfavoráveis a presidente Dilma Rousseff.
A novidade surgiu no Senado, para onde seguirá o processo, se passar na Câmara Federal. Lá, para o processo ser instaurado precisa dos votos de 41 dos 81 senadores, uma vez que levará ao imediato afastamento da presidente do cargo pelo prazomáximo de 180 dias ou até a decisão final. Até ontem, 42 senadores já tinham assumido para o Vem Pra Rua, que criou o Mapa do Impeachment, apoio ao impedimento.
Dilma só perderá o mandato se na votação final do processo 54 senadores considerarem que cometeu crime de responsabilidade. Mas a redução continuada de apoio político representa um risco enorme, mesmo contando com a simpatia do presidente Renan Calheiros (PMDB), que já antecipou que definirá o calendário do Senado em acordo com o STF, cujo presidente conduzirá o julgamento.
Não foi sem razão que Dilma Rousseff atacou o vice com força. Chamou-o de conspirador e traidor, numa referência a fala sobre o pós-impeachment que mandou para deputados do PMDB, na qual se compromete com um governo de união nacional e com a manutenção dos programas sociais. Em discurso no Palácio do Planalto, considerou o pronunciamento como traição a ela e à democracia.
Depois, associou Temer a Eduardo Cunha: “Um deles é a mão, não tão invisível assim, que conduz com desvio de poder e abusos inimagináveis deste processo de impeachment. O outro, esfrega as mãos e ensaia a farsa do vazamento de um pretenso discurso de posse”.
Quem deu a resposta foi o presidente do PMDB, senador Romero Jucá. “Lamento que a presidente Dilma esteja perdendo o equilíbrio, colocando culpa em outras pessoas pelos erros do governo. E, mais do que isso, apelando para um enredo já ultrapassado: porque falar em golpe é o que falou o presidente Fernando Collor há muitos anos. Esse é um enredo batido, copiado e que não deu certo”.
Com esse cenário, só um milagre salva Dilma.
Torpedo
“É uma decisão que sei que é histórica mas que visa a unidade da bancada. Vamos sair para o gabinete do Presidente do partido e comunicar que o partido deliberou pelo encaminhamento no plenário do voto sim.”
Do líder Aguinaldo Ribeiro, anunciando a decisão da bancada do PP, que por 37 a 9 votos decidiu apoiar o impeachment.
Aplausos
Por maioria de votos – oposicionistas não apoiaram – a Assembleia aprovou voto de aplausos a Ricardo Coutinho, pela posição contra o impeachment, apesar da posição do PSB Nacional, contra Dilma.
Na oposição
A reunião do PPS ainda será amanhã, mas o vereador Bruno Farias (PPS) já formalizou sua mudança para a bancada da oposição na Câmara. A próxima decisão a ser anunciada deve ser o apoio a João Azevedo (PSB).
Sem dó…
O petista Charliton Machado, que aproveitou o rompimento do vice Nonato Bandeira para criticar o prefeito Luciano Cartaxo, virou alvo de Raíssa Lacerda, que mais uma vez mostrou não ter papas na língua.
… nem piedade
“Quem é você Charliton para falar do prefeito Luciano Cartaxo. Você é do partido da quadrilha, da corrupção. Vá na Papuda visitar seus colegas presidiários”. Raíssa não aceitou rótulo de traidor atribuído a seu aliado.
Zigue-Zague
O Vem Pra Rua lançou nova campanha nas redes sociais. “Vamos colorir o Brasil de verde e amarelo!”. Sugere bandeiras nas janelas e fitinhas nos carros.
O objetivo é influir na votação do impeachment: “Vamos mostrar aos deputados indecisos e contrários ao impeachment a nossa força e união, Juntos, somos muitos!”.