Quanto pior, melhor.
A tese pode estar gasta, mas isto não significa que esteja em desuso ou abandonada. Aliás, muito pelo contrário. Os arautos do pessimismo e do derrotismo não cansam de alinhavar, embalar e colocar à “venda” seus prognósticos do caos.
A prateleira do apocalipse é a mídia politicamente comprometida – especialmente em seus espaços econômicos.
Neles, a maioria absoluta de nossos Nostradamus jura que o Brasil caminha a passos largos para o precipício.
Protagonizam, com ato sui generis e inédito, um fenômeno infame: brasileiros torcendo contra o próprio país. E o fazem com tanta gana que continuam a empurrar a nação para a queda, mesmo quando suas previsões não se confirmam.
O novo balde de água fria, lançado na fervura suspeita dos analistas econômicos da mídia brasileira, veio pelas mãos da Moody’s, principal agência de risco do mundo.
Seu analista-sênior, Mauro Leos, garantiu – depois de ver entrevista sua deturpada – que o Brasil não terá nota de risco rebaixada.
Boa parte da mídia nacional apostou que o rebaixamento ocorreria nos primeiros dias de janeiro.
Atualmente, o Brasil aparece nos relatórios das principais agências de risco do mundo com classificação “grau de investimento” – no mesmo patamar das maiores economias do mundo, entre as quais Alemanha e Estados Unidos.
Este status sinaliza ao mundo que o País é um porto seguro para investimentos, com capacidade de honrar compromissos.
Ao longo de todo o último semestre do ano passado, porém, os analistas nacionais insistentemente bateram na tecla de que haveria um rebaixamento, provocado pela queda do crescimento e aumento da dívida pública.
Os analistas sabem – como poucos – como o organismo economia é suscetível a maus prognósticos. Sabem, ainda, como o mercado oscila ao sabor de rumores e humores.
Um rebaixamento da nota significaria, e isso eles também sabem, um solavanco de alto impacto.
Entre outros fenômenos, a redução da nota inseriria o Brasil no roll dos maus pagadores, afugentando investidores externos e provocando a alta do dólar.
Um cenário que complicaria – e muito – a performance da atual comandante da economia nacional, Dilma Rousseff, nas urnas eleitorais.
E talvez seja aí que resida o motivo que produz leituras tão distintas entre analistas nacionais e estrangeiros sobre o Brasil:
A disputa pela cadeira mais desejada do Brasil, localizada no Palácio do Planalto – um assento tão disputado que, para conquistá-lo, vale até lançar o País numa campanha difamatória sem precedentes.