A nova disputa

A futura Assembleia Legislativa contará com deputados de 16 partidos. Dos 36 eleitos, 20 foram pela coligação oposicionista, 12 pela aliança governista e quatro pelo PMDB, que disputou como terceira via no 1º turno. Menos de 24 horas depois da reeleição,os aliados do governador Ricardo Coutinho já fazem contas e garantem que terão maioria para eleger a Mesa Diretora para o biênio 2015/2016.

Pelas contas dos governistas, RC já tem certos 19 votos e pode chegar facilmente a 23. Explicam que alémdos 15 eleitos pelos partidos coligados, inclusive PMDB (a exceção é João Henrique, do DEM),têm o compromisso de quatro dos eleitos pelos partidos que estavam com Cássio Cunha Lima e a sinalização de outros quatro.

Depois de dois anos de queda de braço com a direção da Assembleia, e da ameaça de enfrentar inelegibilidade pela rejeição de suas contas pela maioria oposicionista, RC vai querer colocar na Presidência um aliado confiável. E a certeza de que uma maioria larga é possível, faz com que muitos sonhem com o posto.

Entre os nomes da base governista já citados para a presidência estão Estela Bezerra e Ricardo Barbosa (pelo PSB, que tem o maior número de eleitos), Lindolfo Pires (DEM) e Gervásio Maia (PMDB). O escolhido vai enfrentar a oposição dos leais a Cássio e dos que esperam não ver o poder político na Paraíba concentrado nas mãos de Ricardo.

Com quem Cássio poderá contar diante da perspectiva de mais quatro anos de Ricardo e não dispondo do governo federal para atender as suas demandas? Com os que bateram de frente com o pessebista, a exemplo do atual presidente Ricardo Marcelo. Quem não destruiu todas as pontes, vai ser procurado para mudar de lado. E agora o governador contará com interlocutores com poder de negociação, como os cotados para presidente.

Faltam três meses para essa eleição, tempo mais do que suficiente para superação de mágoas. Nossa história mostra que, com raras exceções, o pragmatismo (marca dos nossos políticos), sempre predomina nessas disputas.