Os paraibanos não estão dependendo de emprego no governo federal para se manterem como protagonistas na política nacional. E poderiam brigar por isso, uma vez que os três senadores e nove dos 12 deputados federais foram decisivos para a mudança ocorrida no comando do País, a partir do afastamento da presidente Dilma.
Se no Senado temos Raimundo Lira presidindo a Comissão do Impeachment, que voltará a se reunir a partir de terça-feira; o senador Cássio Cunha Lima na liderança do PSDB como voz forte no contraponto ao PT; e o senador José Maranhão presidindo a importante CCJ; na Câmara cresce o deputado Aguinaldo Ribeiro, líder da quarta maior bancada na Casa, a do PP, que tem 48 parlamentares.
Em momento crítico para a Câmara dos Deputados, com o presidente Eduardo Cunha afastado pelo STF e seu substituto, Waldir Maranhão igualmente investigado e rejeitado pela maioria dos parlamentares, Aguinaldo Ribeiro anuncia a formação de um novo bloco, com poder para resolver esse impasse, pois já nasce com 13 partidos e 225 votos, 43,8% da Casa.
O novo bloco recebeu adesão de partidos do Centro. Além do PP – que por enquanto é quem contribuir com mais deputados – tem PR, PSD, PRB, PSC, PTB, SD, PHS, PROS, PSL, PTN, PEN e PTdoB. E, se o PMDB responder positivamente ao convite, atingirá 293 votos, ou 57% dos 513 parlamentares.
Com essa maioria, o “Centrão” poderá decidir a pendenga sobre a presidência da Mesa e facilitar ou dificultar a vida do presidente em exercício, Michel Temer, que precisará aprovar várias medidas, algumas não populares, para garantir o equilíbrio das contas públicas e a retomada do crescimento econômico. Aguinaldo garantiu que o bloco vai trabalhar para o Brasil.
A primeira demonstração de força do bloco foi a confirmação do deputado André Moura (PSC) para a liderança do governo na Câmara. A segunda, foi a desobstrução da pauta de votações, que estava trancada desde a admissão do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Contudo, o maior teste será o novo ajuste fiscal.
A crise sepultou vários políticos, mas tem projetado os paraibanos.
Torpedo
“Não pode ser curto a ponto de prejudicar a defesa da presidente da República, nem tão longo que crie dois problemas para o país: o primeiro é que coincidiria com o período das eleições municipais; o segundo que criaria uma ansiedade por parte da sociedade”.
Do senador Raimundo Lira (PMDB), sobre o cronograma para a 2ª fase do impeachment, que apresentará terça-feira.
Um bate…
Se é para falar duro, o escolhido é Tião Gomes (PSL). Aliado de Ricardo, ele cobrou do PMDB, que não aceita sacrificar seu candidato a prefeito na Capital para apoiar o PSB, a entrega cargos que ocupa no Estado.
… outro assopra
Já o líder do PSB, Hervázio Bezerra foi diplomático: disse que torce por um entendimento entre os partidos. Admite que há pessoas interessadas em cizânia entre Maranhão e Ricardo, mas que ele acredita na união.
PPS com Cida
O presidente municipal do PPS, vereador Bruno Farias vai anunciar, às 10h, na API, a decisão de apoiar a candidata do PSB a prefeita de João Pessoa, Cida Ramos. A aliança na proporcional será com o PTdoB.
Novos tempos
Cássio foi recebido por Michel Temer no Palácio do Jaburu, juntamente com outros líderes da base aliada. Depois, discutiram a crise hídrica em Campina. O Presidente se comprometeu em buscar solução urgente.
Zigue-Zague
Ricardo Coutinho estará, hoje, em Maceió, para reunião na qual os governadores do Nordeste debaterão propostas que levarão a Temer sobre a crise fiscal.
O ministro José Serra reposiciona o Brasil: “A nossa política externa será regida pelos valores do Estado e da nação, não de um governo e jamais de um partido”.