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‘A Revolução em Paris’ chega aos cinemas nesta quinta

A Revolução Francesa pode ser considerada um dos marcos da civilização ocidental moderna e já inspirou uma série de livros e produtos audiovisuais, sendo, possivelmente o mais famoso Os Miseráveis. Em 2019, o diretor Pierre Schoeller (O Exercício de Poder) traz mais uma leitura desse momento histórico em A Revolução em Paris, que estreia nesta quinta-feira (12) nos cinemas. Assista ao trailer abaixo.

A obra já havia sido exibida em João Pessoa este ano, dentro da programação do Festival Varilux de Cinema Francês, mas agora ela ganha uma estreia no circuito comercial. As exibições acontecem dentro da programação do Cinema de Arte, do Cinépolis. Trata-se de uma produção francesa e belga lançada no último Festival de Veneza, que transporta o público para 1789, no epicentro da Revolução Francesa. 

Sob o reinado do monarca Luís XVI, o povo francês se rebela contra a monarquia e exige uma transformação na sociedade baseada nos princípios de liberdade, igualdade e fraternidade, encerrando um capítulo da história e fundando a República. 

Ao invés de retratar a vida palaciana dos governantes, A Revolução em Paris tenta contar sua história sob a perspectiva do povo, representados por personagens como a lavadeira Françoise, seu companheiro Basile e o vidraceiro. É a partir deles que a narrativa se entrelaça com os personagens históricos conhecidos, como Robespierre, Marat, e Luís XVI.

Em entrevista a Luiz Carlos Merten, de O Estado de S. Paulo, o diretor justifica essa escolha. “Meu filme não se chama, no original, Um Povo e Seu Rei por acaso. Desde que comecei a trabalhar no roteiro, tornou-se muito claro para mim que o filme deveria retratar todos os estratos sociais, da realeza às camadas mais pobres, que sofrem as consequências dos excessos da Corte. O filme tem cenas do rei (Luís XVI) e da rainha (Maria Antonieta), mas meus protagonistas são outros”, afirma o diretor.

Schoeller dedicou pelo menos sete anos de sua vida na construção do filme. “Fiz um longo estudo, pesquisando em documentos e entrevistando acadêmicos. Depois vieram o roteiro, o financiamento, a preparação. É um filme caro, e acurado em todos os detalhes. Foram sete anos muito intensos para mim”, declarou.

O desafio da obra é condensar cerca de quatro anos do imbróglio em apenas duas horas de filme. Na opinião do crítico de cinema Felipe Arrojo Poroger, da Folha de S. Paulo, faltou musculatura e fôlego para tanto. “Engolido pela pretensão de se construir como retrato definitivo de um tempo complexo, o filme corre contra o relógio para dar conta de sua meta impossível. Ao público, resta a difícil identificação com a trajetória dos personagens pouco aprofundados e certa desorientação quanto aos encadeamentos políticos, no pressuposto de que os fatos são de conhecimento universal”, aponta. 

Outro ponto levantado pelo crítico diz respeito à superficialidade do comentário social proposto pelo filme. “Com alguma boa vontade interpretativa, porém, uma valiosa lição pode ser extraída: a justiça social —seja lá ou aqui, agora— depende do rompimento com velhas estruturas de poder. A obra enfraquece as suas bem-intencionadas aspirações políticas ao cair na tentação de embelezar a pobreza de um povo faminto”, continua.

Outra estreia

‘Brincando com fogo’

Uma reedição do clássico Rei Arthur em uma versão contemporânea, o filme mostra a história de uma criança que descobre a lendária espada Excalibur nos dias atuais e desperta forças mágicas poderosas. O filme chega no Brasil com uma má notícia: é um fracasso retumbante de bilheteria nos EUA. Estreia em João Pessoa, Campina Grande, Patos e Guarabira.

*André Luiz Maia, do Jornal CORREIO

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