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‘A “rúbrica” do Skank’ é a nova coluna do professor João Trindade

A “rúbrica” do Skank

É no que dá querer se igualar aos gênios!…

Pois não é que, num dos seus discos, o Skank resolveu dar uma de Chico Buarque e fazer uma música cuja letra tivesse cada verso terminado em palavras proparoxítonas, como nosso compositor maior (da contemporaneidade) fez em Construção?

Só que “pisaram na bola”, na última estrofe, quando escreveram:

“O corpo se expressando clínico

Da triste solidão a rúbrica.”

Seria admissível o erro, se fosse alguém falando, esporadicamente, “rúbrica”; porque poderia tratar-se de um lapso de memória, facilmente contornável.

Mas não! Trata-se de uma letra de música, que o conjunto (recuso-me a usar o termo banda, para esse tipo de grupo musical) ensaiou e gravou. Os autores, os componentes do grupo, o produtor… Ninguém viu a mancada. E mais: trata-se de uma música que pretende destacar palavras proparoxítonas!

Ocorre que a palavra é rubrica (paroxítona) e não, “rúbrica” (proparoxítona). O Skank, repita-se, “pisou na bola”, e o jovem que o escuta vai repetir “rúbrica”, por aí afora.

Em tempo: A autoria é de Samuel Rosa e Rodrigo F. Leão. Antigamente, pelo critério técnico, o segundo nome seria o do letrista; mas, como, atualmente, considera-se que a música é feita em conjunto, o Skank errou. E errou feio!…

E POR FALAR NISSO…

No mesmo diapasão, temos:

Gratuito (e não, gratuíto);

Fortuito (e não fortuíto);

Fluido (e não, fluído) de freio.

Atenção!

Existe a forma verbal fluído: O tempo havia fluído rapidamente.

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