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Abelardo Jurema toma posse na Academia Paraibana de Letras

O jornalista Abelardo Jurema não dá uma de intelectual, mas chega à imortalidade na noite desta sexta-feira (22). A posse na Academia Paraibana de Letras está marcada para as 19h, no Jardim dos Acadêmicos da Casa de Corioloano de Medeiros. Vai ocupar a cadeira 12, cujo patrono é João Coelho Gonçalves Lisboa, na vaga deixada pelo historiador Wellington Aguiar, que morreu em dezembro de 2014.

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Jurema será saudado pelo acadêmico José Mário Branco. Trata-se do escritor e professor de Literatura que hoje ocupa a cadeira na APL que pertenceu ao dramaturgo Ariano Suassuna. É o acadê- mico eleito antes de Abelardo. “Receber a saudação de um grande mestre como ele, me deixa ainda mais feliz e emocionado”, revela o colunista social do CORREIO.

Ele diz que ingressou na academia não por vaidade ou jactância. O que lhe moveu foi o desejo de contribuir com a cultura e a história da Paraíba e, claro da entidade que é a Casa das Letras – letras que sempre foram a matéria-prima do seu trabalho. “Chegar à casa que reúne a expressão maior da intelectualidade paraibana não é apenas um sonho realizado, mas a convicção de que ali, entre suas paredes centenárias, está um espaço a ser ocupado por quem tem compromissos com a cultura”, afirma.

A eleição foi em novembro passado e Jurema exalta a disputa como honesta, democrática e enriquecedora “junto a três outros companheiros – Evandro Nóbrega, Chico Pereira e Neno Rabelo – todos igualmente preparados e com justificadas razões para lutar pelo mesmo objetivo”.

E segue: “Participei de uma disputa considerada a mais acirrada em toda a história da Academia”. Com ele, foi ao segundo turno o jornalista Evandro Nóbrega. “Um dos mestres da imprensa paraibana”, elogia. “O fato de ter pela frente um oponente da envergadura intelectual de Evandro Nóbrega valorizou muito a minha vitória”, justifica.

Se for mexer na história, o caminho estava traçado. Seu pai ingressou na Academia Paraibana de Letras, em 1982, aos 68 anos. “Ele não quis que sua indicação fosse como candidato único, como desejavam alguns acadêmicos”, avisa Jurema Filho.

Abelardão, como era conhecido, submeteu-se à disputa, livre e democrática, enfrentando um concorrente de peso, o médico e escritor Waldemir Miranda, paraibano de Caiçara, radicado em Pernambuco, tendo sido ex-presidente da Academia Pernambucana de Letras.

“Trinta e três anos depois, a história se repete. Vou adentrar à casa que abrigou meu pai, que a honrou e respeitou todos os dias de sua vida. Aliás, descobri que o envolvimento do meu pai na história da Academia começou ainda em 1947, quando, aos 33 anos, ele era Prefeito de João Pessoa”, conta o colunista. “Na ocasião, procurado pelo acadêmico Oscar de Castro, presidente da APL, fez a doação de o terreno localizado na avenida Visconde de Pelotas para a construção de sua futura sede”.

Seguindo essa assertiva de amabilidades, Jurema registra, sobre Wellington Aguiar, que os dois tinham uma relação fraterna, acentuada pela amizade da sua filha, a jornalista Rosa Aguiar.

“Também pela admiração dele ao presidente João Pessoa o que fazia dele o orador oficial em todas as homenagens prestadas à família do insigne paraibano. Há mais de 50 anos, na data de 26 de julho, lá estava ele na Praça João Pessoa, bradando a sua indignação contra o assassinato daquele que ele considerava um político à frente do seu tempo. Me sentar em sua cadeira muito me orgulha e só aumenta a minha responsabilidade”, registra.

O patrono da cadeira 12, João Coelho Gonçalves Lisboa, foi um descendente de portugueses que nasceu em Areia, no São João de 1859. Ele fez os estudos preparatórios em sua cidade e depois foi ao refúgio das mentes privilegiadas da época, a Faculdade de Direito do Recife, tendo concluído o curso em 1884. Abelardo fez ampla pesquisa e vai enaltecer sua memória no discurso de posse.

“Para se ter uma ideia, o diploma de bacharel valeu a nomeação para a promotoria de Justiça. Como eu, ele também era jornalista e colaborou com vários jornais do sul do país entre os quais Folha do Norte e A Verdade”.

Abelardo tem 63 anos, quarenta deles dedicados à sua coluna. Ele tem cinco livros publicados Paraíba Feminina, em 1997, Paraíba Masculina, em 2002, Paraíba, Sim Senhor, em 2007, Cesário Alvim 27, Histórias do Filho de um Exilado, e Na Janela da Cidade, em 2010.

 

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