Assim como no Jornalismo, no Direito também há espaço para ao menos dois lados. Nessa perspectiva, o PT da Paraíba crê que seus argumentos terão força no debate vindouro na Justiça Eleitoral, quando confrontará sua decisão de aliança ao PSB com a determinação da direção nacional de alinhamento ao PMDB.
A sentença final caberá à Justiça e dessa realidade os dirigentes petistas paraibanos não podem mais fugir, apesar de terem resistido às evidências. Só este fato em si já provoca desgastes que não estavam nos planos do partido. Carregar uma aliança sub-judice não é uma situação confortável e requer esforços redobrados.
Até se deparar com o entrave real, o PT relutou em aceitar a possibilidade de ter sua soberana decisão estadual atropelada pelo entendimento da cúpula. Considerava pouco provável que o comando partidário arriscasse implodir o partido no Estado para atender ao acordo nacional com o PMDB. Quebrou a cara.
Encurralada, a direção partidária optou por arcar com as conseqüências do enfrentamento com a instância superior para manter a disposição de fortalecer o governador Ricardo Coutinho. Do confronto judicial, o PT paraibano pode até sair vencedor – apesar de a maioria dos pareceres jurídicos apontarem para o contrário.
Porém, os petistas estão – voluntária ou involuntariamente – assumindo um perigoso risco político em que os ônus parecem ser infinitamente maiores que eventuais bônus. Ainda que vençam nos tribunais, estremecerão ainda mais as relações PMDB/PT em Brasília e sairão arranhados com o comando petista, o mesmo que vem dando especial atenção a Luciano Cartaxo, único prefeito entre as capitais do Nordeste.
Se perderem, sem participação na chapa, terão que fazer tudo pela eleição do governador, porque em caso de derrota enfrentarão em 2016 as candidaturas de um PMDB ressentido, de um indicado do PSDB embalado na força do governo e a de um Ricardo Coutinho, a quem o PT já não mais terá qualquer autoridade para se apresentar como contraponto.
rodape