Uma fiscalização do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) identificou, nesta terça-feira (12), infestação de baratas e alto risco de contaminação no centro cirúrgico do Hospital Ortotrauma, o Trauminha, de responsabilidade da Prefeitura Municipal de João Pessoa. A fiscalização ocorreu após denúncias publicadas pelo jornal CORREIO.
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Ao Portal Correio, o diretor do Departamento de Fiscalização do CRM-PB, João Alberto Moraes, afirmou que as irregularidades detectadas na inspeção desta terça já haviam sido apontadas outras vezes.
Além da infestação de baratas e o risco de contaminação do centro cirúrgico, os fiscais também apontaram outros problemas de higienização e falta de roupas.
“Verificamos muitas coisas erradas, mas a pior delas é o centro cirúrgico, que está praticamente inoperante, sem condições nenhuma de realização de um procedimento cirúrgico já existe um risco grande de contaminação. Iremos confeccionar um relatório e apresentar ao presidente (do CRM-PB) para saber quais medidas ele irá tomar”, disse João Alberto.
A fiscalização que aconteceu nesta terça pela manhã ocorreu após denúncia de irregularidades veiculadas na edição desta terça do jornal CORREIO, que ouviu pacientes da unidade.
Em um dos apontamentos, a filha de uma paciente relatou que a mãe segue internada no Trauminha há pelo menos 13 dias e que aguarda por cirurgia no joelho.
“Minha mãe tem 84 anos e passou 13 dias internada numa cadeira do papai à espera de uma cirurgia no joelho. Não tem enfermaria, nem maca disponível pra todo mundo porque a demanda é muito grande. Na enfermaria, tem barata e isso me deixou bem preocupada. Como um hospital fica desse jeito?”, denunciou.
Conforme Maria, que tem medo de se identificar, já que a mãe ainda não concluiu o tratamento, há muitos pacientes internados em cadeiras, e a unidade não consegue atender de forma correta todos os que procuram socorro. “Minha mãe vai ter que retornar para tirar o gesso e ver se está tudo bem. E agora, depois que vi tudo isso, fiquei pensando em tanta gente naquele hospital, quem está operado”, constatou.
Ela relatou que a mãe foi atendida, inicialmente, na UPA dos Bancários após uma queda. O médico da UPA disse que o caso seria cirúrgico e encaminhou para o Trauminha. Lá, não foi feito raio X no joelho da idosa e ela ficou durante todos esses dias esperando uma cirurgia que, no final das contas, era desnecessária. “Só depois de 13 dias, o médico veio, examinou e pediu para fazer um raio X. Aí, constatou que não seria preciso operar”, lamentou a cabeleireira.