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Arquiteto frisa necessidade de construções mais sustentáveis

Especialista do Unipê explica como a sustentabilidade pode ser aplicada nas edificações

Nesta quarta-feira (15) será comemorado o Dia Nacional do Arquiteto e Urbanista, e neste ano em que as mudanças climáticas foram centrais no mundo, a necessidade de construções mais sustentáveis em prol do meio ambiente saltou aos olhos da sociedade e dos profissionais da área. Um exemplo foi a COP26, realizada em Glasgow, na Escócia, que mostrou que as cidades e o estilo de vida dos seres humanos estão influenciando as mudanças climáticas.

O Prof. Me. Vladimir Sobral de Souza, de Arquitetura e Urbanismo do Unipê, diz que o Brasil e outros países devem oferecer construções mais sustentáveis. Mas o que é sustentabilidade na arquitetura?O conceito pode estar presente desde o momento pré-projetual, quando acontece a escolha de terrenos, materiais, técnicas construtivas, entre outros, até o pós-projetual, como a manutenção do edifício, o descarte de resíduos e consumo de energia.

Para isso, é necessário que os profissionais façam um bom planejamento de construção para garantir casas e edifícios seguros no futuro, já que as mudanças climáticas estão cada vez mais presentes no planeta. “A sustentabilidade assegura as necessidades da geração presente sem comprometer os recursos que garantirão as necessidades das gerações futuras. Assim, a forma como se consegue os recursos naturais e o quanto se consome terá impacto direto nas gerações do futuro”, discorre Vladimir.

Economia, equidade e meio ambiente são os três pilares da sustentabilidade, e edifícios economicamente viáveis beneficiam a sociedade agora e no futuro. “Uma sociedade inclusiva pode expressar a sua história e cultura por meio dos edifícios, que devem ser agradáveis e úteis a todos. Quanto mais um edifício estiver em harmonia com o meio ambiente, menor energia será consumida e a vida útil do empreendimento será ampliada”, explica.

Como deixar construções mais sustentáveis?

Assim, Vladimir lembra que um edifício não é um objeto isolado do meio ambiente, mas sempre troca energia com o ecossistema que o suporta. Por isso, uma técnica sustentável para uma região pode não ter o mesmo efeito que em outra – cada local precisa ser estudado com atenção.

Vladimir Sobral exemplifica: um grande fator que os arquitetos devem levar em conta em regiões quentes e que contribui para a sustentabilidade da obra é como ela está orientada em relação ao sol, pois dependendo da exposição os ambientes podem ficar mais aquecidos, causando o uso excessivo de ar-condicionado e consequentemente um grande aumento do consumo de energia.

Um outro aspecto importante citado por Vladimir, para o caso de João Pessoa, é o adequado uso de ventilação natural: o vento é um componente vital no conforto térmico e na redução do consumo de energia, logo, as edificações do município devem ter esquadrias grandes que valorizem a ventilação cruzada em ambientes. “Portanto, isso pode e deve ser aplicado na cidade, porém, evitado em regiões frias”, diz.

Em pleno 2021, o Brasil possui diversas edificações que não seguem o padrão de sustentabilidade. Porém, ainda assim é possível voltar atrás. “Tornar uma edificação sustentável após a finalização de uma obra é uma tarefa difícil. Por vezes, recursos e acessórios adicionados posteriormente podem contribuir pouco do ponto de vista ambiental, sendo estes chamados de ‘ecomaquiagem’ por alguns autores”, comenta.

O ideal, diz Vladimir, é tornar as construções sustentáveis desde o início. Mas se existe uma intenção de melhorar a qualidade de projeções já construídas, todas as técnicas de sustentabilidade poderão ser bem-vindas.

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