Milhares de brasileiros renunciarão as atividades a que normalmente se dedicam em seus dias folga e irão às ruas defender o impeachment da presidente Dilma Roussef. Será a 5ª manifestação nacional, convocada pela própria sociedade e não por partidos políticos, em apenas um ano. A série começou em 15 de março de 2015, depois 12 de abril, 16 de agosto, 13 de dezembro. Teremos, hoje, a 1° de 2016.
E estamos considerando apenas as convocadas especificamente contra Dilma e que poderiam ter sido evitadas se ela tivesse levado a sério as de 2013, que começaram contra aumento dos transportes e terminaram com pauta ampla, com destaque para a corrupção.
Dependendo do número de pessoas nas ruas hoje, a situação de Dilma, que é grave, poderá ficar insustentável. Não se governa sem confiança, sem mostrar competência para gerir o país nessa crise e sob suspeita de ter se beneficiado da corrupção.
Dilma chegou a esse ponto porque errou muito. E três de seus erros devem servir de lição para os políticos. O primeiro foi achar que os fins justificam os meios, que poderia mentir impunemente para conseguir a reeleição: baixou a conta de luz em 20%, diminui os juros para 7,25%, segurou o preço da gasolina e fez “contabilidade criativa”, para mostrar um Brasil próspero que só conseguiu segurar até a nova posse.
A realidade explodiu e Dilma cobrou do povo a conta de suas opções. Aumentou impostos, mexeu em direitos dos trabalhadores, cortou gastos com educação … Mas o dragão da inflação já estava solto, destruindo os empregos, a renda, os negócios e os sonhos dos brasileiros.
O segundo erro de Dilma foi subestimar a indignação do povo com a corrupção. Antes da reeleição fez “faxina ética” no governo, depois deu imunidade a aliados citados na Lava Jato, colocando-os no ministério. Ela própria surge como beneficiária de propinas em depoimentos de delatores que dizem ter contribuído com Caixa 2 da campanha.
O terceiro, a “arrogância” que não poupou ninguém: de seu criador, o ex-presidente Lula, que reclamava não ser ouvido, até o maior aliado, o PMDB, que tratou impiedosamente, chegando a apoiar o projeto de Gilberto Kassab de criar o PL, para atrair peemedebistas e reduzir o partido de Michel Temer a uma legendinha. Hoje, depende dele. Que virada! Dilma virou exemplo. Do que não fazer no poder.
TORPEDO
“Quem diz combater a corrupção, não possui moral para isso. Muitos são responsáveis pelo histórico de corrupção que o Brasil possui. O que está acontecendo é um movimento articulado e contínuo para a efetivação do Golpe.”
Do presidente estadual do PT, Charliton Machado, para quem a criminalização da política é desserviço à sociedade.
A janela…
Falta apenas uma semana para o fechamento da janela que permite troca de partidos sem perda de mandato. Na Paraíba, entre os políticos que já passaram por ela, o deputado Gervásio Maia, ex-PMDB, agora no PSB.
… está fechando
Outro que deve aproveitá-la é o deputado Trócolli Júnior, também do PMDB, atualmente na Articulação do Governo. Será perda grande para o partido, pois é avaliado como preparado, combativo e leal aos amigos.
Nem pensar
O vereador Raoni Mendes trocou o PDT pelo PTB, nem esquentou a cadeira (foi em setembro) e já mudou para o DEM. Em nota, explicou: queria um partido que seguramente estará na oposição a Luciano Cartaxo.
Candidatíssimo
O deputado Wilson Filho nega qualquer conversa do PTB com Luciano Cartaxo e reafirma que sua candidatura a prefeito de João Pessoa está “mais forte do que nunca” e que seus planos não foram alterados.
ZIGUE-ZAGUE
O Fórum dos Servidores está entregando carta aos deputados, pedindo que votem contra a MP 242, de Ricardo Coutinho, que suspendeu reajustes salariais.
Avisam aos deputados que já perderam 32% do poder de compra e que a MP afetará 85 mil servidores. Que considerando suas famílias, seriam 500 mil pessoas.