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Assentados paraibanos fazem delivery de alimentos durante a pandemia

Agricultores de assentamentos da reforma agrária e de pequenas comunidades rurais da Paraíba aceitaram o desafio de, durante a pandemia da Covid-19, comercializarem seus produtos através da internet. Os consumidores recebem os produtos em casa.

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A iniciativa partiu da direção da Central de Comercialização da Agricultura Familiar (Cecaf) João Pedro Teixeira, onde 130 assentados e agricultores familiares de 24 municípios paraibanos comercializam sua variada produção em feiras que, antes das medidas de isolamento social, aconteciam todas as quintas, sextas e sábados, das 5h às 12h. O espaço funciona desde 2015 no bairro do José Américo, na zona sul de João Pessoa.

Uma parceria entre a Prefeitura de João Pessoa, que, em conjunto com os agricultores, administra a Cecaf, através do Setor de Agricultura Familiar da Secretaria de Desenvolvimento e Controle Urbano (Sedurb), o Centro de Informática (CI) e o Centro de Tecnologia e Desenvolvimento Regional (CTDR) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) viabilizou a criação de um site. 

O site, que já contabiliza mais de 3 mil acessos, reúne 25 produtores que oferecem aos consumidores frutas, verduras, hortaliças, tubérculos, ovos, galinhas, frutos do mar, bode, queijos variados, farinha, goma de tapioca, mel, temperos, biscoitos artesanais, bolos, doces e comidas típicas diretamente da zona rural.

O endereço virtual é possível acessar clicando aquiOs interessados encontram nome, contato telefônico/whatsapp e produtos comercializados por cada agricultor cadastrado.

Muitos dos agricultores agora pensam em continuar com o serviço de delivery de alimentos produzidos sem agrotóxicos depois que cessarem as medidas de isolamento social. 

O secretário de Desenvolvimento Urbano, Zennedy Bezerra, já garantiu que o site, apesar de ter sido criado durante um período de emergência, deve continuar ofertando os alimentos produzidos pelos agricultores após a normalização do funcionamento da Cecaf. 

Vendas online superam presenciais

O agricultor assentado e técnico em agroindústria Sílvio Carlos da Silva Fideles, contou que no início do isolamento social sua família não sabia como iria comercializar as polpas que fabricam porque a Cecaf e outros locais onde eram vendidas estão com o funcionamento suspenso. 

“Eu estava meio perdido, naquela ansiedade. De repente, abriu-se essa janela, a entrega delivery. Depois que a Prefeitura colocou em seu portal o link pro site, as vendas bombaram. Foi o divisor de águas que a gente precisava pra sair dessa pandemia sem tanto estrago”, afirmou Sílvio Fideles, acrescentando que os próprios clientes fazem a propaganda das polpas, produzidas sem conservantes, nem qualquer outro produto químico. 

A agroindústria já está vendendo mais através do delivery do que antes da pandemia, de forma presencial, de acordo com o assentado.

A produção da agroindústria chega a cerca de quatro toneladas de polpas por mês e varia de acordo com a sazonalidade das frutas. As polpas são envasadas em pacotes de 100 gramas ou de um quilo e são comercializadas em feiras que acontecem em João Pessoa, e também em bares, restaurantes e pousadas da capital paraibana e de municípios do Litoral Sul do estado.

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