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Automedicação pode ocasionar situações de risco

Hábito cotidiano para algumas pessoas, a automedicação pode ocasionar situações de risco para quem a pratica. Embora traga um alívio de sintomas como dores intestinais e de cabeça, ela pode agravar doenças desconhecidas e até mesmo trazer sérias consequências para a saúde com o uso desnecessário do remédio, ocasionando uma Reação Adversa a Medicamento (RAM).

Segundo a Profa. Dra. Antonileni Medeiros, coordenadora do curso de Farmácia do Unipê, uma dor de cabeça pode ocorrer por falta de sono, estresse e baixa ingestão de água, bastando o autocuidado, com um bom sono e uma boa alimentação, para que haja melhora. “Mas também pode ser alteração da pressão arterial, problemas de coluna ou até um tumor. Aí, o medicamento que trago na bolsa e uso corriqueiramente camufla os sinais que o corpo envia”, aponta.

A intoxicação depende da dose utilizada e da predisposição da pessoa que toma o fármaco. E é comum haver internações por RAMs relacionadas à automedicação, o que aumenta custos hospitalares. Pesquisas apontam que na Europa os gastos são superiores a 79 milhões de euros, causando mais de 197 mil mortes por ano. Nos Estados Unidos, elas são a quarta causa de óbito e representam entre 3% e 6% das hospitalizações. “No Brasil, não temos dados recentes, mas a realidade não é muito diferente”, frisa.

Embora o controle da venda de antibióticos tenha melhorado no país, as pessoas têm consumido mais os de venda livre: anti-inflamatórios, antialérgicos, antigripais e relaxantes musculares. Mas Antonileni adverte que eles podem afetar órgãos nobres (como o fígado) ou desencadear um efeito cascata ao serem usados para resolver problemas (como desconfortos gástricos) causados por outros remédios tomados sem orientação.

Assim, o auxílio e acompanhamento profissional são indispensáveis – o corpo talvez não se recupere das possíveis reações adversas. “Dependendo da situação, somente um médico ou um farmacêutico terá a competência para identificar e agir no intuito de sanar os danos, seja cessando o uso, seja minimizando as consequências, quando possível”, diz.

Na busca pelos de livre circulação, o farmacêutico é habilitado para orientar sobre o medicamento, desde as dosagens até sua toxicidade. Demais medicamentos precisam de uma prescrição clara e detalhada para que o farmacêutico também indique o uso correto – a bula é uma aliada. “Mesmo que o medicamento comprado seja fracionado, é obrigação da farmácia disponibilizar a bula, impressa ou digital, para o cliente, que terá a informação necessária para minimizar riscos”, assinala.

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