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Banda paraibana usa símbolo tido como racista em show; vocalista rebate

Uma polêmica chamou atenção em um encontro de motociclistas que foi realizado em Patos, no Sertão da Paraíba, a 316 km de João Pessoa. Em uma das músicas cantadas pela banda The Rockadillac, o vocalista Jessé Johnny levantou a bandeira dos Estados Confederados da América. O símbolo é utilizado, por vezes, por grupos racistas de vários lugares do mundo, que defendem a supremacia branca.

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Recentemente o debate sobre o racismo voltou com força nos noticiários nacionais e internacionais devido ao confronto que resultou em três mortos na cidade de Charlottesville, no estado norte-americano de Virgínia. No dia 11 de agosto, homens e mulheres da extrema-direita dos Estados Unidos empunharam tochas e gritaram palavras contra negro, judeus e homossexuais. Antifascistas reagiram ao protesto e houve confusão.

O vocalista da banda patoense fez um vídeo que foi postado na página da banda nas redes sociais esclarecendo o ocorrido. Jessé explicou que a bandeira dos Estados Confederados da América não tem nada a ver com racismo e que o símbolo vem sendo usado por pessoas de má índole. Ele também negou ser segregacionista.

“Essa bandeira representa um povo, representa uma cultura. Não tem nada a ver com gente que defende a supremacia branca. E essas pessoas de má índole pegam esses símbolos para usar de má fé. Recentemente pegaram a imagem de Johnny Cash, para usar como símbolo de ódio, sendo que Johnny Cash foi um dos artistas americano que mais defendeu negros. Depois da guerra dos Confederados, racistas começaram a usar a bandeira dos Confederados como símbolo de ódio. Essa bandeira representa uma cultura old school, do country americano, dos velhos tempos do motociclismo. Nós nunca subimos ao palco para demonstrar ódio ou desprezo. Sou descendente de negro, moro no Brasil, na Paraíba. Não sou racista”, explicou Jessé.

Estados Confederados da América

A bandeira que Jessé Johnny usou em uma parte da apresentação de sua banda no encontro de motociclistas em Patos é da Armada Confederada dos Estados Confederados da América, que foi uma união política que não legitimava a vitória do presidente abolicionista Abraham Lincoln, em meados de 1860, nos Estados Unidos.

Essa união, que se autoproclamou independente, era formada por Alabama, Carolina do Sul, Flórida, Geórgia, Louisiana e Mississipi, estados americanos que utilizavam da mão de obra escrava e não aceitavam a “mudança” social e econômica promovida pela União.

Apesar de a bandeira ser inicialmente apenas da força bélica dos Confederados, logo foi incorporada como bandeira dessa aliança de estados. Por conta dessa posição política da época, a bandeira virou símbolo da ideologia racista e perdura como referência segregacionista até hoje.
No Brasil também é comumente usada por motociclistas.

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