Em política, as paixões fazem sérios estragos e a razão nem sempre prevalece. Por mais que os discursos condenem, a prática mostra que como era comum na época dos coronéis,ainda prevalece a máxima de que “Amigo meu não têm defeito. Inimigo,se não tiver eu arranjo”.
Assim, para comandar uma Comissão que contraria interesses do partido que elegeu a Presidente da República, que tem bases no sindicalismo e forte estrutura no país, é preciso mais do que um mandato e experiência legislativa. É fundamental reputação à prova de revanche.
O senador Raimundo Lira (PMDB) está na vitrine nacional desde o dia 20 de abril, quando foi indicado pelo PMDB para presidir a Comissão de Impeachment que conduziu a etapa que levou ao afastamento de Presidente, e no momento conduz a de instrução probatória.
Lira está nas manchetes da imprensa nacional com espaços apenas sonhados por muitos. E até agora, só de forma positiva. Não encontraram – e devem ter procurado – nada que comprometa sua condição de presidir a Comissão que atrai as atenções de todos os brasileiros, sejam contra ou a favor da cassação do mandato de Dilma Rousseff.
Com isso, o senador Lira, que antes dessa exposição economizava manifestações sobre seus planos para 2018, agora admite concorrer até ao governo do Estado. A forma como conduz os trabalhos está rendendo boa imagem ao paraibano. E como empresário de sucesso, sabe identificar oportunidades, e, principalmente, não desperdiçá-las.
Lira deve estar olhando 2018 e avaliando a concorrência para o Senado. Estarão em disputa duas vagas – a que ocupa e a de Cássio Cunha Lima.Ricardo Coutinho vai querer uma vaga. Já são dois fortíssimos oponentes.Mas, não é possível excluir os nomes do ex-senador Wilson Santiago, do deputado Rômulo Gouveia, nem deixar de fora o líder do PP, Aguinaldo Ribeiro. É parada difícil.
Para o cargo hoje ocupado por Ricardo Coutinho até agora só existe, como perspectiva, a candidatura de Luciano Cartaxo. E se for reeleito prefeito de João Pessoa. Nenhum outro partido está “trabalhando” nome para a disputa. Lira, que tem olhos de Lince, se posiciona para o futuro. Tem perfil para os dois cargos. Como aprendemos no Sertão, se o cavalo passa selado, é montar ou lamentar a perda.
Torpedo
“O PSD tem se reunido com uma certa frequência e buscado entendimento com os partidos. Nós temos uma base aliada e estamos buscando ampliar ainda mais essa coligação para posteriormente discutirmos a composição da chapa”.
Do prefeito Luciano Cartaxo (PSD), sobre a escolha do candidato a vice-prefeito na sua chapa.
Vai esperando
O deputado Manoel Júnior atribui os “movimentos” para retirar a sua pré-candidatura a prefeito de João Pessoa pelo PMDB, ora em favor do PSB, ora de Luciano Cartaxo, ao fato de ser competitivo e ameaçar esses projetos.
Para pensar
Ele questiona: “Se efetivamente nossa pré-candidatura não ofende, por que não deixar Manoel Junior disputar? A quem interessa Manoel Júnior não participar do processo eleitoral? Não é do PMDB, com certeza”.
Unindo forças
Manoel garante que não pensa em desistir. Ao contrário, já tem aliança com o PSC e estaria conversando com Wilson Filho – o pré-candidato do PTB -, aliança já no 1° turno. Se conseguir, muda, correlação de forças.
Na UNALE
Dois deputados paraibanos assumiram presidências de secretarias da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (UNALE). Raniery Paulino comanda a de Cidades e Ricardo Barbosa, a Educação.
Zigue-Zague
– O pré-candidato Charliton Machado (PT) visitou o Bessa e cobrou a limpeza dos canais que cortam o bairro que tem um dos IPTUs mais caros da Capital.
– “A Emlur não faz a limpeza adequada dos canais, e o resultado disso é grande quantidade de água parada que pode resultar na proliferação do mosquito da dengue”.