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Botafogo-PB explica reformas no CT e quer conclusão até 2031

Um clube de futebol necessita de vários fatores para obter sucesso tanto dentro de campo, nas competições que disputa, como também fora dele, principalmente nos aspectos que fazem com que os frutos sejam colhidos da melhor forma dentro das quatro linhas. A começar por um bom Centro de Treinamento, passando por um departamento administrativo estruturado e com atrativos para os torcedores, a receita para o sucesso não é exata, mas traça um perfil conhecido pelos amantes do esporte e que é necessário que ocorra no Botafogo-PB.

No clube, a gestão atual apresentou, no último domingo, data em que o clube completou 88 anos, um projeto ousado de reestruturação da Maravilha do Contorno, centro de treinamento da equipe. O projeto arquitetônico mostrado, que, apesar de ainda não ter um orçamento concreto, deve girar em torno de R$ 30 milhões de reais, conta com a construção de uma sede social para o clube, além de um estádio com capacidade para seis mil torcedores, um ginásio poliesportivo, quadras de tênis, piscinas olímpicas, restaurante, dois campos profissionais e outros seis mini-campos para as categorias de base, além de uma área de lazer destinada aos sócios torcedores.

Sobre o projeto inovador, o jornal CORREIO ouviu o presidente do clube, Sérgio Meira, que explicou como o Botafogo-PB conseguirá entregar a reforma aos torcedores do clube, como fará para captar recursos para a obra, além de explicar as prioridades colocadas pela gestão do clube, para início das obras no centro de treinamento. Ele destacou que o projeto era um anseio não só dos dirigentes do clube, mas da torcida como um todo.

“Nós temos uma área total de nove hectares e precisávamos de uma utilização e se cobrava muito, pois não temos um espaço definido, apesar de ter um terreno deste tamanho. Eu gosto muito de trabalhar com projetos na mão e com planejamento, sabendo os caminhos que se deve seguir para conseguir os objetivos. Então, contratamos uma empresa de arquitetura, dissemos o que queríamos para este projeto, que contempla tudo que um clube profissional necessita, desde o setor de futebol, passando por esportes olímpicos e chegando até o departamento administrativo do clube”, disse o presidente do Belo.

Sérgio Meira explicou que, apesar do projeto apresentado e do início das obras nos campos das categorias de base, a maior parte da reestruturação não poderá sair do papel, enquanto o terreno da Maravilha do Contorno for regularizado e passado para o nome do Botafogo-PB. De acordo com ele, a área foi fruto de uma permuta e que, até hoje, o documento não passou para o nome do Belo. Meira explicou que, fora a regularização, é preciso que o poder público resolva também a questão das famílias que construíram suas casas na área do terreno, negociando com elas para que possam desocupar as dependências do clube de uma forma que beneficie a todas as partes interessadas.

“Com o projeto, temos algumas prioridades antes de iniciarmos as obras. A primeira delas é de regularizar nosso terreno, que não está no nome do Botafogo-PB. Isso sempre foi pauta em diretorias que passaram, mas nunca conseguimos tirar do papel, até por um receio financeiro, que há alguns anos nos preocupava bastante. Entramos em contato com o Governo do Estado, que possui toda a documentação da época da permuta, para que fosse colocada em pauta nossa vontade de regularizar nossa área. Também precisamos da ajuda do poder público para que seja definido um destino para as nove famílias que residem hoje na Maravilha do Contorno, claro que vamos fazer tudo em comum acordo com essas pessoas, pois, acima de tudo, temos a responsabilidade social como primeiro plano”, pontuou.

O Botafogo-PB esbarra também nas questões financeiras para que o projeto deixe de ser apenas uma maquete digital e vire realidade. Sérgio Meira explicou que já existe em mente alguns projetos para a captação de recursos, tanto com o apoio da iniciativa privada, como também do poder público, necessitando logicamente da regularização do terreno da Maravilha do Contorno. Além disso, o mandatário do Belo espera contar com o apoio dos sócios do clube e também da população de João Pessoa como um todo, pois, segundo ele, a reforma é algo que beneficiará a todos.

“A gente visualiza quais são as fontes que podem nos garantir alguma receita para este investimento. Primeiro, nosso sócio-torcedor precisa acreditar no nosso projeto. Depois, com a regularização do nosso terreno, poderemos barganhar algum investimento junto ao poder público, através de emendas parlamentares e também junto ao Ministério do Esporte. Além disso, temos que planejar um grande projeto de marketing, para divulgação maciça desta grande obra. Precisamos do envolvimento da população de João Pessoa, de toda nossa torcida, então, para isso, precisamos desse investimento em divulgação do nosso projeto. Fora tudo isso, estamos abertos para negociar com investidores, que queiram, por exemplo, em troca do investimento em nosso CT, assumir algum setor do clube, como as Categorias de Base”, revelou Sérgio Meira.

Modernização administrativa no Botafogo-PB pode fazer do clube uma empresa

O presidente do Botafogo-PB falou também em aspectos inerentes ao futebol brasileiro como um todo, destacando o amadorismo que existe em vários clubes ainda na atualidade. De acordo com Sérgio Meira, existe, nos planos do clube, a possibilidade da migração para o modelo que vem atingindo vários outros clubes no Brasil, o SA (Sociedade Anônima), deixando de ser uma entidade desportiva sem fins lucrativos.

Sérgio Meira comentou que o sucesso de um clube só existe quando todos os setores da entidade estiverem em plena harmonia, funcionando perfeitamente. Para o dirigente, não adianta ter sucesso dentro das quatro linhas se a parte administrativa e financeira do clube estiver capengando. Ele utilizou o exemplo do Athletico Paranaense, atual campeão da Copa do Brasil, que, segundo ele, colhe os frutos de uma administração que se preocupou não apenas com o futebol.

“É preciso de uma reforma geral na logística do futebol brasileiro, não só no Botafogo-PB. Hoje, grande parte dos gestores dos clubes não tem noção do que é gestão, se preocupando apenas com o futebol dentro das quatro linhas e não pode ser assim. É inaceitável que os clubes devam milhões para o setor público, mas continuem pagando salários milionários a jogadores e treinadores, por exemplo. Nos espelhamos muito no Athlético Paranaense, que conseguiu subir de patamar justamente por se preocupar em aliar o futebol jogado dentro de campo, com toda a parte administrativa que é necessária para manter um clube profissional. Hoje eles colhem os frutos de um trabalho que começou lá atrás”, revelou o presidente do Botafogo-PB.

Ainda utilizando o exemplo da equipe do Paraná, que atualizou o escudo, uniforme e até o nome, Sérgio Meira comentou a possibilidade do Botafogo-PB adotar medidas que alterem as características visuais atuais do clube. Segundo o dirigente, é uma pauta que pode acontecer, mas que não é a prioridade atual do Belo, podendo ser, caso a equipe consiga o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro.

“Eu defendo que o Botafogo-PB seja sempre o Alvinegro da Estrela Vermelha. Acredito que são necessárias mudanças, mas que não percamos nossa identidade. Fora isso, acho que não vale a pena estarmos discutindo essas questões no momento atual. Acredito que a hora correta para fazer uma renovação geral na marca Botafogo-PB, é com o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro, que aí teríamos condições financeiras a ponto de fazer um investimento profissional e bolar estratégias de marketing para repaginar o clube”, completou.

Previsão é de concluir a reforma antes do centenário do clube, em 2031

O presidente do Botafogo-PB falou também sobre a expectativa para o término da reestruturação das dependências do clube. Ele disse que a prioridade é dar início às reformas do ginásio poliesportivo já em 2020 e, quando perguntado sobre a possível conclusão antes do clube comemorar 100 anos, Sérgio Meira disse que espera que a obra seja concluída antes da data.

“Pretendemos iniciar a obra do ginásio poliesportivo já em 2020. Claro, que dependemos da regularização do nosso terreno e já estamos buscando isso, já estive em conversas na Procuradoria Geral do Estado e com outros setores também, para adiantarmos a regularização do terreno. Esperamos que já esteja tudo concluído até lá (centenário do clube, em 2031), mas espero que seja até antes, pois ainda temos 12 anos até o centenário. Então, se tudo der certo, estaremos com tudo pronto até lá e, se Deus quiser, já na Série B do Campeonato Brasileiro”, finalizou Sérgio Meira.

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