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Buega nega envolvimento em esquema desarticulado pela PF

O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep), Buega Gadelha, negou envolvimento em esquema desarticulado pela Polícia Federal, na Operação Fantoche. Apesar da decisão da Justiça Federal de Pernambuco, ele negou que tenha sido afastado da presidência da entidade, mas confirmou que está proibido de ir até o prédio da Fiep. Ele disse ainda que foi afastado da diretoria do Serviço Social da Indústria (Sesi). As declarações foram dadas durante uma entrevista coletiva realizada no início da noite desta quinta-feira (21) em João Pessoa.

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Ainda durante a coletiva, Buega afirmou que foi surpreendido pela Polícia Federal e negou que o Sesi tenha recebido qualquer repasse dos ministérios da Cultura e do Turismo. Ele disse ainda que já enviou à Polícia Federal a documentação dos programas culturais do Sesi para comprovar que não receberam verbas federais.

Perguntado sobre quem iria ficar à frente do Sesi enquanto estiver afastado, Buega afirmou que Magno Rossi, vice-presidente da Fiep, assumirá o cargo. Já em relação à Fiep, apesar da decisão judicial que o afasta do cargo por 90 dias, ele disse que irá se afastar espontaneamente por 15 a 20 dias e depois voltará, mas sem frequentar o prédio onde funciona a entidade.

Buega foi preso na manhã da última terça-feira (19) em Brasília, como um dos alvos da Operação Fantoche, que investiga um esquema de corrupção envolvendo contratos entre empresas ligadas a uma mesma família, o Ministério do Turismo e o Sistema S no valor total de R$ 400 milhões.

Mais prisões

Também foi preso o presidente da Confederação Nacional das Indústrias Robson Andrade e um dos donos da empresa Aliança, organizadora do São João de Campina Grande, Luiz Otávio Gomes Vieira da Silva, além de mais sete pessoas.

A CNI controla o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Social da Indústria (Sesi), que pertencem ao Sistema S, que inclui ainda o Serviço Social do Comércio (Sesc), o Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac), entre outros. O presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), Ricardo Essinger, também é alvo de mandado de prisão.

Investigações

De acordo com as investigações, um grupo de empresas sob o controle de um mesmo núcleo familiar vinha atuando de forma contínua e perene, desde o ano de 2002, executando contratos firmados por meio de convênios com o Ministério do Turismo e entidades paraestatais do intitulado sistema “S”. Estima-se que o grupo já tenha recebido mais de R$ 400 milhões decorrentes desses contratos.

Ainda conforme divulgado pela Polícia Federal, o modus operandi empregado pela organização criminosa foi sempre similar e consistia na utilização de entidades de direito privado sem fins lucrativos para justificar celebração de contratos e convênios diretos com o Ministério convenente e Unidades do Sistema S, contratos estes, em sua maioria, voltados à execução de eventos culturais e de publicidade superfaturados e/ou com inexecução parcial, sendo os recursos posteriormente desviados em favor do núcleo empresarial por intermédio de empresas de fachada.

A Operação Fantoche é desempenhada com o apoio do Tribunal de Contas da União e, ao todo, conta com a participação de 213 policiais federais e oito auditores do TCU, que estão cumprindo 40 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão temporária. A Justiça também autorizou o sequestro e bloqueio de bens e valores dos investigados. Além de Paraíba e Pernambuco, recebem ações da Fantoche os estados de Alagoas, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo e no Distrito Federal.

*Com Katiana Ramos, do Jornal CORREIO e vídeo de Nalva Figueiredo

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