Sempre acreditei (hoje sou descrente) que o espírito imbuído na instalação das lombadas eletrônicas visava à segurança.
Elas estavam lá para nos obrigar a colocar o pé no freio. Evitar acidentes. Ou mesmo funcionar como uma passarela eletrônica, permitindo o trânsito seguro dos pedestres.
Alguém continua a crer nisso?
Sei que este é um tema no qual sou repetitivo. Mas a sensação de assalto também se repete. E com este peso não consigo me acostumar. Ou tampouco achar normal – como se fosse mais um “tributo” a pagar para o bem da convivência nas metrópoles.
Definitivamente, ser assaltado não pode ser encarado com normalidade. Especialmente quando a mão que aperta o gatilho é oficial.
Continuo a enxergar – e agora de forma mais convicta – de que estamos reféns de uma sofisticada operação caça níqueis nas ruas da região metropolitana. Incluindo as rodovias.
Caça níquéis não – caça milhões.
E como rende muito, o instrumento está cada dia mais onipresente. E mais complexo.
De fato, vejo em curso uma operação que se especializa em instalar estes instrumentos de medição de velocidade e aplicação de multas de forma sorrateira.
Sob esconderijos. Desavisada mente.
Como justificar, por exemplo, a instalação de radares a poucos metros de uma lombada visível, ajustada para a mesma velocidade?
Temos exemplo assim na Avenida Edson Ramalho. Metros antes da oficial, um radar disfarçado multa o motorista que está desacelerando para passar no redutor sinalizado.
E como explicar a necessidade de instalação de um radar em plena BR, em uma reta de rodovia que precede uma ladeira? Quem é motorista sabe que, antes de chegar ao “pé” da ladeira, todo mundo acelera para ganhar velocidade pela inércia.
E é aí que eles sussurram: mãos ao alto!
Na verdade, os dispositivos se multiplicam por trechos absolutamente desnecessários. E segurança é a última das preocupações.
Com essa lógica, não tem como cobrar do cidadão a crença de que estão lá para tornar o trânsito mais seguro. Ou defender que o espírito é garantir a vida no nosso abatedouro rodoviário.