O documentário ‘Cabra marcado para morrer’, do cineasta Eduardo Coutinho, é exibido nesta quarta-feira (31), no Espaço Cultural, em João Pessoa. A exibição é promovida pelo Centro de Documentação e Pesquisa Musical da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc) e começa às 18h com entrada gratuita. Após a exibição, que faz parte do projeto ‘Macacos Me Mordam’, haverá debate com a plateia.
O longa é uma narrativa da vida de João Pedro Teixeira, um líder camponês da Paraíba, assassinado em 1962. Em razão do golpe militar de 1964, as filmagens foram interrompidas. O engenho da Galileia foi cercado por forças policiais. Parte da equipe foi presa sob a alegação de ‘comunismo’, e o restante do grupo ficou disperso.
O documentário foi retomado 17 anos depois, recolhendo depoimentos dos camponeses que trabalharam nas primeiras filmagens e também da viúva de João Pedro, Elizabeth Altino Teixeira, que desde dezembro de 1964 vivera na clandestinidade, separada dos filhos. Reconstruiu-se assim a história de João Pedro e das Ligas camponesas de Galiléia e de Sapé.
‘Cabra marcado para morrer’ é um documentário brasileiro lançado em 1984, quando o Brasil já vivenciava o período de abertura política. Em novembro de 2015, o filme entrou na lista feita pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos.
O cineasta paulista Eduardo Coutinho é considerado por muitos como um dos maiores documentaristas da história do cinema do Brasil. Tinha como marca realizar filmes que privilegiavam as histórias de pessoas comuns. Sua obra-prima é ‘Cabra marcado para morrer’, que marcou sua carreira como o principal documentarista do Brasil.
Entre outros trabalhos destacados de sua carreira estão os documentários ‘Santo forte’, ‘Edifício Master’, ‘Peões’, ‘Jogo de cena’ e ‘As canções’. Ele morreu dia 2 de fevereiro de 2014, assassinado a facadas pelo próprio filho, que sofria de esquizofrenia. Nesse mesmo ano, Eduardo Coutinho foi homenageado na cerimônia de entrega do Oscar.