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Calor extremo, radiação e falta de comida: como será o fim do mundo previsto em estudo científico

Pesquisadores usaram um supercomputador para calcular quando a humanidade será extinta devido ao calor extremo
Humanidade dificilmente sobreviverá a eventos climáticos extremos (Foto: Kevin Rheese/Flickr/R7)

Após uma onda de calor insuportável, associada a outros eventos climáticos extremos, o assunto “fim do mundo” passou a ser novamente discutido cotidianamente. Da mesma forma, muitos cientistas pensam em como a humanidade pode ser extinta — ou chegar muito próximo da extinção —, e uma pesquisa recente usou supercomputadores para calcular quando e em que condições isso deve acontecer. As informações são do R7, parceiro nacional do Portal Correio.

O estudo, publicado no periódico científico Nature Geoscience, previu que, com o ritmo atual de destruição, 92% da superfície do planeta estarão inabitáveis em 250 milhões de anos. Além disso, será formado por um supercontinente, cheio de radiação, quase nenhuma comida e praticamente sem mamíferos.

Abaixo, veja os principais motivos para o “fim do mundo” e como estará o planeta na previsão do estudo.

Estresse térmico: a principal causa para uma possível extinção da humanidade é um aumento vertiginoso de temperatura. A vasta maioria do planeta terá temperatura acima de 40 graus Celsius, taxa muito acima da suportada pela maioria dos mamíferos.

Supercontinente: os continentes estão à deriva e devem formar um supercontinente, chamado por estudiosos de “Pangea Ultima”, em referência a Pangeia, o primeiro dos grandes continentes.

Essa grande massa de terra trará diversas consequências drásticas para o equilíbrio climático, geológico e de ecossistemas do planeta. A movimentação constante deve causar mais atividade vulcânica e a desertificação das áreas de terra longe dos oceanos.

Além disso, terá níveis elevados de radiação e uma grave escassez de alimento, uma vez que grande parte das espécies vegetais comestíveis deve ser devastada.

Áreas desabitadas: o aumento de gás carbônico emitido pelos vulcões se juntará ao aumento da atividade solar, que queimará mais hidrogênio e estará menor.

“O aumento da radiação solar causará maior aquecimento. Prevê-se que o Sol seja 2,5% mais luminoso no momento da formação de Pangea Ultima”, afirma a pesquisa. O cálculo previu que apenas 8% do planeta serão habitáveis, bem menos que os 66% atuais.

Algumas espécies sobreviverão: levando em conta o que a ciência sabe sobre extinções em massa no passado, é seguro apostar que algumas espécies sobreviverão e se tornarão dominantes. No passado foram os répteis e até vegetais, e atualmente são os mamíferos.

“Os humanos se tonarão mais especializados em ambientes desérticos, mais noturnos ou permanecerão em cavernas? Eu suspeito que, se pudermos sair deste planeta e encontrar um lugar mais habitável, isso seria preferível”, aponta Alexander Farnsworth, doutor em geociência e principal autor do estudo, que cita o exemplo da saga de livros de ficção científica Duna, de Frank Herbert.

Os autores ressaltam que a pesquisa é bastante incerta na previsão e leva em conta as condições atuais do planeta, que podem mudar em alguns séculos.

“A Terra tem um ambiente muito mutável. Os humanos têm muita sorte com o que temos agora e não deveríamos forçar o nosso próprio clima”, conclui Alexander, que diz que uma nova espécie dominante pode ser “algo completamente novo”.

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