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Casos de HIV e Aids caem 39% na Paraíba, diz Saúde

Os casos de pessoas diagnosticadas com HIV ou Aids na Paraíba caíram 39% neste primeiro semestre, segundo informações da Gerência Operacional das IST/HIV/Aids/Hepatites Virais da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Até junho deste ano, foram notificados 211 casos de HIV/Aids, sendo 164 diagnosticados com HIV e 47 casos de Aids, um número expressivo de detecção precoce do vírus. No mesmo período de 2018 foram registrados 342 casos de HIV/Aids, sendo 239 com HIV e 103 com Aids.

Em 2019, a 1ª, 6ª, 14ª e 16ª Região de Saúde apresentaram os maiores números de casos de HIV/AIDS na Paraíba. Nessas regiões, os municípios de João Pessoa (86), Bayeux (08), Patos (09), Mamanguape (07) e Campina Grande (27) concentram 65% do total dos casos registrados no período. Neste primeiro semestre, foram registrados 56 óbitos por Aids na Paraíba, 44 homens e 12 mulheres entre 30 e 59 anos de idade.

Gerência Operacional das IST/HIV/Aids/Hepatites Virais, Ivoneide Lucena destaca que a oferta de teste rápido tem auxiliado no combate ao vírus, que quando detectado e tratado rápido impede o surgimento da doença. “Estamos tendo diminuição nos casos de Aids porque estamos realizando um trabalho importante de teste rápido nos 223 municípios do Estado. Hoje, qualquer posto de saúde realiza o teste, temos conseguido diagnosticar as pessoas com HIV e não com Aids, que é o que queremos”, disse.

HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.

Ter o HIV não é a mesma coisa que ter Aids. Há muitos soropositivos (pessoas com HIV) que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas podem transmitir o vírus a outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não tomam as devidas medidas de prevenção. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações.

Ivoneide Lucena, responsável pela área na SES, destaca que, apesar dos bons resultados, ainda há dificuldades no combate ao HIV/Aids. “Nos anos 80 se dizia que a Aids era o ‘câncer gay’, mas estamos reiteradamente dizendo que isso não existe. Hoje, qualquer pessoa está vulnerável a contrair o vírus, desde que se exponha a situações de risco. A população heterossexual e os jovens entre 15 e 39 anos são os grupos que temos visto mais aumento de casos”, disse.

Profilaxias

Além dos preservativos, medicamentos de alta tecnologia têm auxiliado no surgimento de novos casos de HIV/Aids. A PEP (Profilaxia Pós-Exposição de Risco) é uma forma de prevenção de urgência à infecção pelo HIV, que consiste no uso de medicamentos que precisam ser tomados por 28 dias, que deve ser iniciada o mais rápido possível, preferencialmente nas primeiras duas horas após a exposição e no máximo em até 72 horas, para reduzir o risco de adquirir a infecção.

Deve ser utilizada após qualquer situação em que exista risco de contágio, tais como: violência sexual, relação sexual desprotegida, (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha); acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico).

Já a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição ao HIV) é um novo método de prevenção à infecção pelo HIV. A PrEP consiste na tomada diária de um comprimido que impede que o vírus causador da Aids infecte o organismo, antes de a pessoa ter contato com o vírus. Se você tomar PrEP diariamente, a medicação pode impedir que o HIV se estabeleça e se espalhe em seu corpo. Após 7 dias de uso para relação anal e 20 dias de uso para relação vaginal.

A PrEP não é para todos. Ela é indicada para pessoas que tenham maior chance de entrar em contato com o HIV. Você deve considerar usar a PrEP se fizer parte da população chave: gays e outros Homens que fazem sexo com Homens (HSH); pessoas trans; trabalhadores(as) do sexo. Também existem os critérios de elegibilidade que fazem parte, como: frequentemente deixa de usar camisinha em suas relações sexuais (anais ou vaginais); tem relações sexuais, sem camisinha, com alguém que seja HIV positivo e que não esteja em tratamento; faz uso repetido de PEP (Profilaxia PósExposição ao HIV); apresenta episódios frequentes de Infecções Sexualmente.

Centro de Referência

Os postos de saúde (USF) estão aptos a realizar o teste rápido do HIV. Basta chegar em um desses espaços e solicitar o exame. Em João Pessoa, o tratamento para HIV/Aids é no Complexo Hospitalar Dr Clementino Fraga, no bairro de Jaguaribe. Lá é o centro de referência para esse tipo de tratamento e lá que se oferta tanto a PEP quanto a PrEP.

Serviço:

  • Complexo Hospitalar Dr Clementino Fraga
  • Localização: Rua Esther Borges Bastos, s/n Jaguaribe

*Texto de Beto Pessoa, do Jornal CORREIO

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