Chance

A euforia das urnas passou. Voltemos agora à realidade. Aliás, a Paraíba é um Estado que não tem lá uma realidade das melhores, vamos combinar. No nosso caso, botar os pés no chão é mais que despertar para o calendário e sua normalidade: é uma imperiosa corrida galopada contra o tempo.

Pois bem. A conformação das forças políticas nos oferece uma oportunidade extraordinária. Os paraibanos elegeram um governador aliado da presidente Dilma. Um apoio – frise-se – diferenciado. Um governador que ousou abrir dissidência no seu partido, o PSB, quando todos se debandaram para a candidatura de Aécio Neves.

Aliado a ele, um PT paraibano liderado pelo prefeito de João Pessoa, a única capital nordestina com petista no comando, e um PMDB com dois senadores, sendo um deles um desenvolto aliado do Planalto nas grandes missões do governo no Senado, além de uma bancada de três deputados federais.

Juntos, Ricardo, o PT e o PMDB têm todas as condições de construírem, com instituições, organismos sociais, empresariado, universidades e a oposição, um consenso sobre uma obra federal estruturante para a Paraíba ou o direcionamento de um grande investimento privado com capacidade de fazer o Estado mudar de patamar.

O Governo Federal deve isso. A Paraíba não vai deixar de ser o que é com vagas no Pronatec, no Prouni, milhares atendidos pelo Bolsa Família e pela sua inserção, como outros estados nordestinos, na Transposição do Rio São Francisco. Tudo isso é aporte comum aos demais. Nada com potencial de mudar nossa face econômica.

Cacifado pelas urnas e dono de proximidade mais do que justificada com a presidente Dilma, esse trio tem a missão de impedir que todo esse ‘cartaz’ seja desperdiçado e revertido somente com pedidos medíocres e pouco republicanos de cargos federais para contemplação de aliados ou derrotados. O prestígio deve servir à Paraíba e não a poucos ilustres já tão bem aquinhoados.