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Ivo Marques

Hoje é um dia especial para o Botafogo e seus torcedores. O Alvinegro da Estrela Vermelha está completando 90 anos de existência. Há muito o que comemorar, pois o clube é o maior conquistador de títulos paraibanos, é o único clube do Estado a conquistar um título brasileiro, o de campeão da Série D em 2013, e atualmente é o único representante do Nordeste, na segunda fase da Série C.

A vaga para a segunda fase da terceira divisão do futebol brasileiro veio com um empate em 1 a 1 com o Santa Cruz, no último sábado, em Pernambuco. O Resultado deixou o clube como terceiro colocado do grupo A. O sonho do acesso a Série B este ano continua forte e possível de se tornar realidade.

Agora começa um outro campeonato, e o fato de não ter segurado a vitória diante do Santa, fez com que o Belo tenha agora de enfrentar três grandes clubes de tradição, no quadrangular que vai apontar dois clubes para a Série B de 2022. O Botafogo terá pela frente as fortes equipes do Ituano-SP, Crisciúma-SC e o Paysandu-PA. O time está a apenas seis jogos da Série B, já que serão jogos de ida e volta.

O clube não é apontado como favorito as duas vagas do quadrangular, mas nem por isso, pode-se afirmar que não conquistará a classificação. A equipe atual já mostrou que é capaz de enfrentar, de igual para igual, qualquer dos clubes desta Série C. O próprio Paysandu, que será um futuro adversário, já perdeu duas vezes para o Belo neste campeonato, dentro e fora de casa, e o Papão foi a equipe que terminou em primeiro lugar do grupo A. Isto mostra a força do Botafogo, e agora com a permissão da volta do torcedor ao Almeidão, ficará ainda mais forte.

Tenho acompanhado atentamente a campanha do Botafogo na competição, dentro dos estádios, como comentarista da Rádio Tabajara. Compareci a quase todos os jogos do Belo, inclusive o último contra o Santa Cruz, sábado, na Arena Pernambuco. Duas coisas vêm me incomodando e também a enorme torcida botafoguense. Uma diz respeito à competência técnica de alguns atacantes e outro a motivação do grupo.

Nos últimos jogos, venho notando a subida técnica e tática da equipe, quase sempre dominando os adversários, até mesmo quando jogou fora de casa. Porém, por outro lado, venho notando que o clube precisa muito de um jogador matador, que saiba fazer gols. O clube cria várias chances durante as partidas, mas os atacantes são extremamente incompetentes no quesito finalização. É impressionante como desperdiçam oportunidades, de frente para o gol adversário. Como no futebol a bola sempre pune a este tipo de erro, a equipe tem pagado um preço muito alto por isso. Arrisco até a dizer que se tivesse acertado uns 30 por cento das oportunidades criadas nas partidas, certamente teria terminado a fase de classificação como primeiro do grupo A.

Sábado, vimos de novo o time dominar o Santa Cruz, na Arena Pernambuco, entrar com facilidade na área tricolor e perder gols incríveis. Saiu na frente, e teve várias chances de matar o jogo, mas não fez e o castigo veio no segundo tempo, como aconteceu com o Volta Redonda e o Tombense. O que estava fácil passou a ser dramático. Mais um gol do Santa Cruz, que acordou no jogo, e a classificação iria para o Brejo. Graças a Deus, o Tricolor tirou o pé do acelerador no finalzinho, satisfeito com o resultado.

O outro problema que ficou muito claro para mim, e conversei em off com alguns colegas paraibanos e pernambucanos, foi a falta de garra do time botafoguense. Começou bem e aos poucos foi jogando como se não precisasse vencer. Quando imprimiam um pouquinho mais de velocidade, chegavam fácil ao gol do Santa Cruz.

O comportamento de alguns atletas, não quero aqui citá-los, para não tumultuar o bom ambiente no clube, não era de decisão. E ao final do jogo, com a classificação garantida para a próxima fase, nada de comemoração de abraços, de demonstração de conquista de uma fase importante rumo à realização do antigo sonho do acesso.

Nos próximos jogos, o técnico Gerson Gusmão terá de corrigir essas duas coisas, para que o time consiga uma das vagas para a Série B. Se repetir esses erros, contra equipes bem mais fortes, como Ituano e Criciúma, dificilmente o clube alcançará o grande objetivo. Continuamos na torcida.


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